Lutadores de artes marciais se juntam para enfrentar criminosos em Copacabana

Grupos estariam se programando para entrar em luta corporal contra assaltantes do bairro da Zona Sul

Por Carlos BriggsAmanda Oliveira

Copacabana
Reprodução

O grupo de moradores que foi às ruas de Copacabana e de outros bairros da Zona Sul do Rio com a intenção de fazer justiça com as próprias mãos pode ser criminalizado. Os chamados justiceiros fizeram convocações para atos de violência na Internet, devido a uma onda de assaltos na região.

No último sábado (2), um idoso chegou a ficar desacordado após levar um soco de criminosos.

De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor César dos Santos, aqueles que não chegaram a ir às ruas, mas incitaram a violência nas redes também podem sofrer punições.

Ele afirmou que a delegacia da região está analisando imagens e redes sociais para identificar o grupo.

"Na esfera criminal, não há uma responsabilidade objetiva, ela tem que ser subjetiva. Tem que analisar o que falou, como falou para entender se é crime. Por exemplo, incitar crime é um crime previsto no código penal. Exercício das próprias razões, que é quando a pessoa acha que pode fazer justiça com as próprias mãos, é crime. Sem contar uma lesão corporal, tentativa de homicídio ou até um crime mais grave."

Desde a década de 90, esses grupos já se mobilizavam com o objetivo de agredir bandidos que assaltavam no bairro da Zona Sul do Rio.

A Polícia Civil também tenta identificar um grupo de pessoas que aparecem em um vídeo fazendo ameaças a moradores e dizendo que iria continuar a cometer assaltos em Copacabana.

A declaração do secretário foi dada nesta quarta-feira (6), quatro dias após o caso do idoso agredido. Victor César dos Santos afirmou ainda que os índices de violência de outubro desse ano em comparação com o mesmo mês do ano passado melhoraram. No entanto, dados do Insituto de Segurança Pública mostram crescimento de 25% no número de roubos em Copacabana de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022.

Para melhorar a atuação da polícia no bairro, Victor César dos Santos disse que vai investir em tecnologia.

"O investimento em tecnologia é o que vai nos ajudar a fazer com aquele batalhão possa utilizar o recurso. O policial não é onipresente, ele não consegue estar em todo lugar. A população de Copacabana é um bairro muito populoso e a característica dele é pessoas idosas. As pessoas gostam de andar pela rua, isso é comum encontrar, em mais variados horários."

Em nota, a Polícia Militar disse ainda que vai criar um corredor de segurança no bairro, entre às 18h e 23h. Viaturas vão ficar baseadas ao longo da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, durante a Operação Verão. Em seguida, o corredor será reposicionado ao longo da Avenida Atlântica.

A violência em Copacabana ganhou mais repercussão, após a agressão ao idoso no fim de semana. O empresário identificado apenas como Marcelo estava tentando proteger uma mulher do ataque de criminosos e, sem saber, evitou uma tragédia ainda maior.

A personal trainer Natália Fersi tem Leucemia Linfocítica Crônica. A doença causa redução no número de plaquetas, e consequentemente, dificulta a coagulação do sangue. Diante do quadro, Natália conta que uma agressão poderia ser fatal.

Ainda durante a reunião nesta quarta, as forças de segurança anunciaram que vão intensificar as abordagens em Copacabana. A Polícia Militar disse ainda que está em contato com lideranças de moradores para desestimular ações de justiceiros.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.