Lula no G20: desmatamento zero não basta para salvar a Amazônia sem esforço global

O tema do debate foi desenvolvimento sustentável e transição energética

Por Gabriela MorgadoJoão Boueri

O presidente Lula afirma que a Amazônia está sob ameaça do aquecimento global
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula afirma que a Amazônia está sob ameaça do aquecimento global e que a COP30 é a última chance de de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático. A conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas acontece em Belém, no Pará, no ano que vem. 
 
Lula falou sobre o assunto no discurso que antecedeu a última reunião dos líderes do G20 no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (19). O tema foi desenvolvimento sustentável e transição energética. 
 
O presidente brasileiro ressaltou a meta de acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030, mas afirmou que a floresta vai continuar ameaçada pelas mudanças climáticas. 
 
Ainda no discurso, Lula agradeceu a colaboração do G20 no desenho do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que vai remunerar países em desenvolvimento que mantêm as florestas em pé.  Nos últimos dias, os Estados Unidos anunciaram um investimento de 50 milhões de dólares para o Fundo Amazônia. Já a Noruega anunciou 60 milhões. 
 
O Brasil também propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, para articular diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados. Os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões de gases do efeito estufa. Lula pediu aos países mais ricos que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045. 
 
O presidente lembrou que uma nova meta de financiamento climático está sendo negociada na COP29 e disse que há trilhões de dólares existentes para ações, que estariam sendo desperdiçados em armamentos. Por isso, ele disse que os investimentos contra as mudanças climáticas não podem esperar até a COP30, que será uma última chance. 
 
Na declaração final dos líderes do G20, os países se comprometeram a se manter no Acordo de Paris e a limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. Os países também apoiaram a iniciativa brasileira na presidência do G20, que criou a Força-Tarefa para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. 

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