Licitação para obras de revitalização da Estação Leopoldina acontecerá em 2024

A informação foi confirmada pelo Governo Federal

Por Fernanda Caldas

Prédio histórico da Estação Leopoldina
Tomaz Silva/Agência Brasil

A licitação para as obras de revitalização da Estação Leopoldina, na Zona Norte do Rio, deve ser realizada somente no primeiro semestre de 2024. A informação foi confirmada pelo Governo Federal. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, os reparos devem custar cerca de 25 milhões de reais. No entanto, o processo licitatório só vai acontecer quando o projeto executivo for entregue pela pasta, que informou que o estudo está em andamento. 

A estação está abandonada há pelo menos uma década. Cinco órgãos diferentes buscam uma solução para o problema.

Paralelamente ao projeto do Governo Federal, a Supervia propôs a reforma da área de embarque, do pátio e das quatro plataformas da estação sob a responsabilidade da concessionária. No entanto, o Iphan informou que ainda não aprovou o plano.

A Supervia tem um acordo com o Ministério Público que contempla a obrigação de reformas e limpeza nestas áreas. A concessionária também disse que a União demonstrou interesse na retomada dos espaços. A concessionária afirmou que não se opõe ao pedido, já que a estação não faz parte da estrutura atual de operação do serviço de trens.

Desde fevereiro, o Iphan está realizando preparativos para contratar uma empresa especializada na catalogação dos objetos e veículos que ainda estão na estação Leopoldina, como cinco carros, seis locomotivas, dois guindastes e cinco vagões que pertencem ao acervo do Museu do Trem, que está fechado há mais de três anos ((no Engenho de Dentro. O objetivo do IPHAN é avaliar a necessidade de conservação dos materiais e o modo correto de acondicionamento dos bens para o futuro restauro. O Iphan tambem prevê a contratação de uma empresa para executar coberturas provisórias do acervo rodante da Estação Leopoldina. Segundo o Instituto, em paralelo, está sendo feita a contratação dos serviços de higienização e conservação preventiva desse acervo. Todas as decisões vão incluir o Governo do Estado e a Secretaria do Patrimônio da União. Para as ações, foram aprovadas verbas no total de R$ 2,25 milhões. 

O taxista Renato Soares passa constantemente em frente à antiga estação e diz que é muito triste ver composições históricas abandonadas.  

"Os bondes estão estragando no pátio da Estação Leopoldina. Lembro que na época que foram comprados, na gestão Sérgio Cabral, eles foram colocados ali, até acabarem as obras nos trilhos de Santa Teresa, como a obra nunca acabou, os bondes estão lá, estragando com o tempo. É dinheiro nosso indo para o ralo." 

Em setembro de 2022, a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) retirou cerca de 50 toneladas de entulho que estavam no local. O acordo da CENTRAL com o Ministério Público Federal e a União previa a retirada desse material, além da remoção dos vagões, locomotivas, bondes e trilhos, o que ainda não foi feito.  

Na Estação Leopoldina, também estão as aduelas necessárias para a conclusão das obras da Estação da Gávea do Metrô, que ainda não têm data definida para serem retomadas.

A Concessionária Rio Barra e o Governo do Estado ainda não encontraram outro terreno público para abrigar os 700 conjuntos. O Governo afirmou que as aduelas não correm risco de deterioração da maneira como estão armazenadas, uma vez que foram construídas de modo a suportar situações extremas. 

Em junho do ano passado, a BandNews FM teve acesso ao interior do histórico edifício. No local, era possível ver as carcaças do que já foram os vagões da Cruzeiro do Sul, que operou entre Rio X São Paulo nos anos 1930 e 1940, viação inaugurada pelo então presidente Getúlio Vargas, além dos bondinhos de Santa Teresa, retirados de circulação, e até os bondinhos do Morro do Corcovado, construídos entre entre 1910 e 1970. Também havia infiltrações no teto, falta de pintura e danificação do piso.

Em nota, o Governo do Rio disse ainda que cumpre o acordo com a União, que prevê a limpeza e desocupação interna do prédio histórico. 

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