Legado Olímpico: Rio inicia obras para transformar Arena do Futuro em escolas

Passados cerca de seis anos de quando o Rio foi sede dos Jogos, quem frequenta o Parque Olímpico reclama do abandono do espaço e das estruturas que ficaram paradas

Andrezza Buzzani

Quem frequenta o Parque Olímpico reclama do abandono do espaço Beth Santos/Prefeitura do Rio
Quem frequenta o Parque Olímpico reclama do abandono do espaço
Beth Santos/Prefeitura do Rio

As quatro escolas que serão erguidas com estruturas do Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio, devem ser entregues em 15 meses. 

Nesta terça-feira (22), a Prefeitura do Rio deu a ordem de início para a remoção de parte da Arena do Futuro, onde aconteceram os jogos de handball nas Olimpíadas de 2016. Serão gastos cerca de R$ 36 milhões para desmontar as partes que serão reaproveitadas e construir as unidades de ensino.

Passados cerca de seis anos de quando o Rio foi sede dos Jogos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, diz que está resgatando a ideia proposta durante a gestão dele na época, mas defende que os planos deveriam ter sido continuados na última administração.  

Você teve quatro anos de paralisia completa, logo no final das Olimpíadas, que terminaram no final de 2016. A partir de 2017 nada foi feito. Isso era um projeto que tinha que ter sido continuado independente de quem fosse o governante que estivesse. Estamos resgatando. A ideia sempre foi que desde o início você tivesse duas estruturas provisórias que seriam desmontadas, que é o Aquático e o handball para serem transformadas em quatro escolas municipais.

Quem frequenta o Parque Olímpico reclama do abandono do espaço e das estruturas que ficaram anos paradas.

O que eu vejo é que falta conservação. Muita coisa abandonada e o parque praticamente não tem função pra nada.
Eu acho que faltam profissionais que cuidem dos jardins. A gente percebe muito abandono. Acho que faltam também segurança.  
Não estavam cuidando, é uma obra gigantesca, muito dinheiro investido. Eu sei que eles falavam que depois da Olimpíada iam fazer escolas. Já tem seis anos e nada aconteceu. Espero que seja breve e a população possa aproveitar.

Os materiais da Arena do Futuro vão ser usados na construção de escolas em Rio das Pedras, Bangu, Santa Cruz e Campo Grande, também na Zona Oeste.  

O secretário municipal de Infraestrutura, Jorge Arraes, diz que a fachada será recuperada, assim como instalações elétricas e hidráulicas.  

Basicamente, o design dela para manter o design da fachada da época olímpica, ou seja, a fachada das escolas, mais a parte de conteúdo relacionada instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, divisórias e alguns equipamentos.

Segundo o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, os alunos das escolas que receberão as obras foram alocados em outras unidades da região.

A gente começou esse ano já planejado para isso. Então, a partir do momento que no ano passado conseguimos ter a previsão orçamentária, em parceria sempre com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e com a Rio-Urbe, nós desenhamos esse ano pedagogicamente para que não houvesse interferência na vida dos nossos estudantes.

O restante da estrutura da Arena e do Centro Aquático será totalmente demolido em uma outra licitação que está em curso no valor de cerca de R$ 26 milhões. Segundo o Município, o aço e o ferro serão leiloados. 

Uma das piscinas do Centro Aquático vai ser cedida para a Prefeitura de Maricá, na Região Metropolitana. O Município ainda avalia o que será feito com a segunda.  

No ano passado, a Prefeitura do Rio já havia anunciado o plano do legado olímpico. De acordo com os projetos iniciais, as Arenas 1 e 2, além do Centro de Tênis, administrados de maneira conjunta com o Governo Federal, iam ser concedidos à iniciativa privada por 15 anos. A licitação foi revogada, de acordo com o Município, depois que o Governo decidiu manter a gestão atual e continuar oferecendo os espaços para a realização de eventos esportivos.

Já a Arena 3 vai se transformar em uma escola municipal de ensino fundamental vocacionada para o esporte. A unidade vai receber 850 alunos em horário integral. As aulas gratuitas para a população que acontecem nesse espaço vão ser transferidas para o Velódromo. Outra ideia da prefeitura é criar, no terceiro andar do Velódromo, um Museu Olímpico.  

Segundo o prefeito, em breve, a Fundação Parques e Jardins deve dar início ao projeto de paisagismo da Vila Olímpica, que está sendo licitado.  

Outro anúncio feito pelo Município é que parte da estrutura de ferro do IPC, onde funcionavam os estúdios da imprensa na cobertura olímpica, vai ser desmontada e usada no Terminal Gentileza, na Zona Portuária, que será o encontro do VLT com o BRT Transbrasil.

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