Um achado arqueológico em ótimo estado de conservação que surpreendeu até os responsáveis das obras de modernização do sistema de esgoto do Palácio do Catete pode ser do século XIX. O Iphan e o Instituto Brasileiro de Museus vão iniciar pesquisa para reconhecer o ladrilho hidráulico que estava soterrado nos jardins do palácio, além de estudar a melhor forma de preservá-lo. A descoberta aconteceu em janeiro, durante os serviços de execução da rede de esgoto e águas pluviais do local.
As plantas e documentos antigos do imóvel tombado não registram uma construção no Palácio do Catete. O mesmo piso encontrado pavimenta trechos do prédio principal. O Iphan acredita que o artefato arqueológico encontrado nos jardins pode ser contemporâneo à edificação, que começou a ser erguida em 1858 como residência do Barão de Nova Friburgo.
Os técnicos dos órgãos vão escavar o jardim para verificar a dimensão dos pisos esquecidos em meio a imensidão do Palácio do Catete. O que se sabe até o momento é que o achado foi fabricado por uma empresa britânica.
Os relatos iniciais indicam que os pisos encontrados podem ser parte de uma antiga casa de banhos, de uma entrada alternativa do imóvel, ou a casa da sogra do Barão de Nova Friburgo.
O Iphan determinou o desvio da rede de esgoto, para não causar impacto à estrutura arqueológica encontrada. Além disso, o desvio do traçado inicialmente previsto para as obras será necessária para não comprometer a pesquisa que será iniciada no local.
Se um dia o palácio foi palco de acontecimentos históricos no século XX, como a declaração de guerra à Alemanha, o lançamento da moeda Cruzeiro e o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, hoje o espaço recebe o Museu da República (MR), com a transferência da capital federal para Brasília.