Laboratório que deve substituir PCS LAB já prestou serviços para a Fundação Saúde

A Blessing Análises Clínicas e Anatomia Patológica recebeu mais de R$ 6 milhões por contratos entre 2022 e 2024

Por João Boueri

O acordo com o Blessing será feito sem licitação, caracterizando uma contratação emergencial
AhmadArdity/Pixabay

Mais de R$ 6 milhões já foram pagos pela Fundação Saúde ao laboratório Blessing Análises Clínicas e Anatomia Patológica por serviços prestados entre 2022 e 2024. A empresa deve ser contratada pelo órgão nos próximos dias para realizar os exames, que antes eram feitos pelo PCS LAB Saleme. Este laboratório teve todos os contratos suspensos com o Estado do Rio após a confirmação de que seis pacientes contraíram HIV após transplantes de órgãos contaminados com o vírus.

De acordo com a Fundação Saúde, técnicos estão avaliando a capacidade do laboratório Blessing para absorver o volume de exames necessários para atender às unidades da rede estadual, exceto a Central Estadual de Transplantes, que continuará a contar com os serviços do Hemorio. O acordo com o Blessing será feito sem licitação, caracterizando uma contratação emergencial.

A prestação de serviços anterior do laboratório Blessing também ocorreu sem licitação. Atualmente, a empresa realiza exames clínicos para o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Os pagamentos, que totalizam R$ 6.288.000 em um período de dois anos, foram efetuados através de Termos de Ajustes de Contas (TAC). As unidades de saúde solicitam os exames, que são realizados pelo laboratório, que emite uma nota fiscal ao final do mês. A Fundação Saúde, então, repassa o valor correspondente.

A BandNews FM teve acesso à última nota fiscal emitida pelo laboratório, datada de 10 de outubro. O valor referente ao mês de setembro foi de R$ 335 mil. A solicitação de pagamento foi assinada seis dias depois pelo então diretor do Hospital Azevedo Lima, Marcus Vinícius Dias, médico de carreira do Ministério da Saúde, nomeado pelo governador Cláudio Castro na semana passada para o cargo de diretor-executivo da Fundação Saúde.

Os contratos do laboratório PCS LAB foram suspensos após a revelação exclusiva da BandNews FM sobre o caso dos seis pacientes que passaram a viver com HIV após transplantes no Estado do Rio. Até o momento, seis pessoas foram presas, incluindo dois sócios da empresa e quatro funcionários, que respondem na Justiça pelos crimes cometidos. A suspeita é de que o PCS LAB tenha alterado o controle de qualidade dos reagentes utilizados nos testes de HIV para economizar custos.

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