A decisão da Justiça que determinou a transferência do ex-governador Sérgio Cabral do quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá, na Zona Sul do Rio, para o Grupamento Especial Prisional dos Bombeiros, em São Cristóvão, na Zona Norte, negou o pedido da defesa de internação de três dias no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio, para procedimento de exames de check-up.
A justificativa seria a idade do ex-governador, que tem 59 anos, o histórico de hipertensão e problemas cardíacos na família e por ele ser portador de diabetes mellitus. A defesa também alega o tempo acumulado de prisão já cumprida. A juíza indeferiu o pedido, ao alegar que a unidade prisional possui ambulatório e uma ambulância em caso de emergência. Além disso, na decisão, a a Justiça afirma que não foi anexado laudo médico que comprove a necessidade dos exames.
A sentença também contraria o que tinha afirmado o comandante-geral dos bombeiros, coronel Leandro Monteiro. O militar recomendou a ida do ex-político para o Quartel do Humaitá, pois o Grupamento Especial Prisional, em São Cristóvão, estaria localizado em área sob influência do tráfico de drogas no Morro da Mangueira e por estar próximo ao Presídio Evaristo de Moraes que se encontraria em obras e os presos poderiam ter contato visual e verbal.
A Vara de Execução Penal realizou, em 21 de maio, uma inspeção no Grupamento Especial Prisional do Corpo de Bombeiros e constatou que a unidade prisional está ao lado de duas escolas e não está próxima de comunidade. Além disso, segundo o relatório, as celas são espaçosas, os corredores são monitorados por câmeras e não foi encontrada nenhuma obra no Presídio Evaristo de Moraes.
Também foi proibida a contratação de um jornaleiro para entregar jornais e revistas para o ex-governador. A juíza autorizou a entrada dos itens apenas por visitantes ou advogados e com rigorosa fiscalização.
Sérgio Cabral foi transferido para o quartel do Humaitá no início do mês, após vistorias encontrarem supostas regalias no Batalhão Especial Prisional onde o político cumpria pena, em Niterói, na Região Metropolitana. O ex-político está preso há mais de cinco anos.
Em nota, a defesa do político afirma que a decisão contraria uma orientação do comandante dos Bombeiros, que havia alegado a impossibilidade da permanência do ex-governador no grupamento por questões de segurança.
*Estagiário sob supervisão de Luanna Bernardes