A Justiça do Rio determina que o Bioparque construa um local adequado para abrigar as girafas que, segundo a Polícia Federal, teriam sofrido maus tratos em um resort localizado em Mangaratiba, na Costa Verde Fluminense. A decisão, da juíza Neusa Regina Larsen de Alvarenga Leite, da 7ª Vara da Fazenda Pública, atendeu parcialmente a uma ação dos grupos Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Agência de Notícias de Direitos Animais e Ampara Animal.
No texto, a magistrada estabeleceu que sejam construídos, em 30 dias, recintos de acordo com as normas técnicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 5 mil para a administração da atração turística. Além disso, a juíza também determinou que os animais sejam retirados do galpão em que estão em até 48 horas.
As girafas, capturados na África do Sul e importadas para o Brasil em novembro do ano passado, estão sob cuidados do Ibama após terem sido apreendidas pela Polícia Federal. Os agentes encontraram ferimentos nos animais e sujeira. Na ocasião, dois funcionários foram conduzidos para a Superintendência da corporação no Rio e liberados em seguida.
Segundo denúncia de ONGs, elas estavam presas há mais de 75 dias em um galpão de quarenta metros quadrados. Na ocasião, dois funcionários foram presos, mas liberados em seguida. Uma instrução normativa do Governo Federal exige um espaço com pelo menos 600 metros quadrados de área para cada dois animais. Além disso, o local deve contar com um abrigo coberto e área de comedouro e bebedouro.
Ao todo, 18 girafas chegaram ao Rio em novembro de 2021, no entanto, três delas morreram ao tentar fugir. Em nota, o Ibama informou que aplicou multa diária no BioParque e estabeleceu um prazo de 10 dias para que sejam feitas adequações nos recintos. O Instituto reforçou ainda que os animais permanecem no local, uma vez que o transporte para outros estabelecimentos poderia causar estresse e, consequentemente, mais óbitos.
Procurado, o BioParque afirmou que não houve ilegalidade no processo de importação, aprovado pelos governos brasileiro e sul-africano. O grupo informou ainda que o grupo de girafas foi trazido para um programa de conservação da espécie de longo prazo e que não houve maus tratos. O comunicado também explica que os animais estavam em adaptação em um ambiente aprovado pelos órgãos competentes.