Justiça concede ao BTG direito de bloquear R$ 1,2 bi da Americanas

No texto, o magistrado argumentou que a proteção obtida pela varejista contra credores antes do processo de recuperação judicial não garante que a empresa tenha livre acesso ao recurso

Por Gustavo SlemanPriscila Xavier

Justiça concede ao BTG direito de bloquear R$ 1,2 bi da Americanas
Justiça concede ao BTG direito de bloquear R$ 1,2 bi da Americanas
Divulgação/TJRJ

A Justiça do Rio concede ao BTG Pactual o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Lojas Americanas. A decisão do desembargador Flávio Marcelo Fernandes tem caráter liminar, já que o pedido do banco ainda vai ser analisado pelo tribunal.

No texto, o magistrado argumentou que a proteção obtida pela varejista contra credores antes do processo de recuperação judicial não garante que a empresa tenha livre acesso ao recurso.

A Americanas tem até a próxima terça-feira (24) para prestar esclarecimentos à Secretaria Nacional do Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, sobre a inconsistência financeira de R$ 20 bilhões encontrada nos cofres. A empresa já foi notificada e caso não responda no prazo, a Senacon pode aplicar possíveis sanções.

Segundo o secretário Nacional do Consumidor do MJSP, Wadih Damous, o órgão quer entender de que forma o consumidor pode ser impacto com a crise na rede varejista.

De acordo com o economista Pedro Ricci, a crise financeira instaurada na companhia, pode gerar uma desconfiança por parte do consumidor e, ao mesmo tempo, contribuir na cota de mercado das empresas concorrentes.

O ex-presidente da Americanas Sérgio Rial, que deixou o cargo nove dias depois de assumir a função, afirmou que a inconsistência financeira foi descoberta após conversas e entrevistas com executivos da companhia.

Segundo Rial, a saída dele da Americanas foi uma maneira de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar. A crise financeira na empresa foi anunciada no dia 11 de janeiro. Na mesma data, Sérgio Rial renunciou ao cargo.

Na terça-feira, a Comissão de Valores Mobiliários, órgão ligado ao Governo Federal, criou um canal exclusivo para apurar as denúncias contra a Americanas.

Outras duas instituições financeiras, a Votorantim e a Bank of American (Merrill Lynch), também entraram com recursos. As ações ainda não foram analisadas.

Com mais de 3.600 estabelecimentos em todo o país e cerca de 140 mil acionistas, a Americanas viu, nos últimos dias, as ações da empresa registrarem um recuo no mercado financeiro, caindo de R$ 12 para R$ 2.

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