Justiça arquiva processo da operação Lava Jato contra Frederick Wassef

Outras quatro pessoas também estão envolvidos por suspeita desvios no Sistema S, que engloba instituições como Fecomércio

Por Gustavo Sleman

Justiça arquiva processo da operação Lava-Jato contra Frederick Wassef
Reprodução/Redes Sociais

A Justiça do Rio arquiva um processo da operação Lava Jato contra o advogado Frederick Wassef e outras quatro pessoas por suspeita desvios no Sistema S, que engloba instituições como Fecomércio, Sesc e Senac.

A decisão é do juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa. No texto, o magistrado lembrou que, em 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal anulou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal sobre a suposta prática de tráfico de influência e desvios por parte de escritórios de advocacias no Sistema S.

Em 2021, o colegiado já havia declarado a incompetência do juízo da 7ª Vara Criminal Federal do Rio para processar e julgar ações penais provenientes das investigações da Operação Esquema S.

A ação aconteceu em 2020, a partir de investigação que teve como base delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio Rio, e que, segundo o STF, foi induzida pela extinta força-tarefa da Lava Jato no Rio.

Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef negou que tenha qualquer tipo de envolvimento com o suposto esquema e afirmou que nunca assinou contrato ou recebeu valores.

Segundo Wassef, ele foi vítima de uma armação e de várias ilegalidades cometidas também por parte de autoridades públicas. Ele lembrou que o juiz do caso, Marcelo Bretas, foi afastado pelo Conselho Nacional de Justiça.

Após a primeira decisão do Supremo Tribunal Federal, que anulou a ação penal em tramitação na Justiça Federal, o caso foi encaminhado à Justiça estadual, quando o Ministério Público Estadual não ratificou a denúncia que tinha sido ajuizada pela Lava Jato no Ministério Público Federal. A promotoria chegou a pedir a instauração de inquérito para continuar as investigações.

Na nova decisão, o juiz Marcello Rubioli determinou o interrupção da apuração criminal requisitada pelo órgão, por entender que as condutas apontadas não caracterizam crimes.

Em nota, Frederick Wassef diz que: 

"Nunca recebi um único real da Fecomércio RJ, nunca assinei contrato com eles, nunca trabalhei para eles. Não tenho nada a ver com aquela investigação e fui vítima de mentiras, fake news, armação, ardil e várias ilegalidades e arbitrariedades cometidas também por parte de autoridades públicas. Tudo isso porque sou o advogado de Jair Bolsonaro e defendo o Brasil da direita. O juiz do caso, Dr. Marcelo Bretas, foi punido e afastado pelo Conselho Nacional de Justiça, e os promotores do Ministério Público Federal/RJ estão sendo todos processados pelo Conselho Nacional do Ministério Público em Brasília. Este é o mesmo caso que também cometeu injustiças e ilegalidades contra o Dr. Zanin, hoje Ministro do STF."

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