A Justiça do Rio arquiva um processo da operação Lava Jato contra o advogado Frederick Wassef e outras quatro pessoas por suspeita desvios no Sistema S, que engloba instituições como Fecomércio, Sesc e Senac.
A decisão é do juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa. No texto, o magistrado lembrou que, em 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal anulou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal sobre a suposta prática de tráfico de influência e desvios por parte de escritórios de advocacias no Sistema S.
Em 2021, o colegiado já havia declarado a incompetência do juízo da 7ª Vara Criminal Federal do Rio para processar e julgar ações penais provenientes das investigações da Operação Esquema S.
A ação aconteceu em 2020, a partir de investigação que teve como base delação de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio Rio, e que, segundo o STF, foi induzida pela extinta força-tarefa da Lava Jato no Rio.
Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef negou que tenha qualquer tipo de envolvimento com o suposto esquema e afirmou que nunca assinou contrato ou recebeu valores.
Segundo Wassef, ele foi vítima de uma armação e de várias ilegalidades cometidas também por parte de autoridades públicas. Ele lembrou que o juiz do caso, Marcelo Bretas, foi afastado pelo Conselho Nacional de Justiça.
Após a primeira decisão do Supremo Tribunal Federal, que anulou a ação penal em tramitação na Justiça Federal, o caso foi encaminhado à Justiça estadual, quando o Ministério Público Estadual não ratificou a denúncia que tinha sido ajuizada pela Lava Jato no Ministério Público Federal. A promotoria chegou a pedir a instauração de inquérito para continuar as investigações.
Na nova decisão, o juiz Marcello Rubioli determinou o interrupção da apuração criminal requisitada pelo órgão, por entender que as condutas apontadas não caracterizam crimes.
Em nota, Frederick Wassef diz que:"Nunca recebi um único real da Fecomércio RJ, nunca assinei contrato com eles, nunca trabalhei para eles. Não tenho nada a ver com aquela investigação e fui vítima de mentiras, fake news, armação, ardil e várias ilegalidades e arbitrariedades cometidas também por parte de autoridades públicas. Tudo isso porque sou o advogado de Jair Bolsonaro e defendo o Brasil da direita. O juiz do caso, Dr. Marcelo Bretas, foi punido e afastado pelo Conselho Nacional de Justiça, e os promotores do Ministério Público Federal/RJ estão sendo todos processados pelo Conselho Nacional do Ministério Público em Brasília. Este é o mesmo caso que também cometeu injustiças e ilegalidades contra o Dr. Zanin, hoje Ministro do STF."