Justiça adia de novo julgamento dos policiais acusados de matar lanterneiro

O TJ atendeu a um pedido do advogado dos PMs para marcar a sessão para o dia 6 de dezembro

Carlos Briggs

Justiça adia de novo julgamento dos policiais acusados de matar lanterneiro
Agência Brasil

13 anos após a morte de um lanterneiro no Morro da Coroa, no Catumbi, na Zona Norte do Rio, a Justiça adia mais uma vez o julgamento dos três policiais militares acusados do crime.  

O TJ atendeu a um pedido do advogado dos PMs para marcar a sessão para o dia 6 de dezembro.  

Os agentes Carlos Eduardo Virgínio dos Santos, Jubson Alencar Cruz Souza, Leonardo José de Jesus Nunes e Vágner Barbosa Santana respondem por homicídios qualificados pelo motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Além de Josenildo Estanislau dos Santos, outras cinco pessoas foram mortas. Josenildo, que não tinha anotações criminais, foi assassinado com um tiro na nuca, dado a poucos metros de distância e em um beco de de 1,5m de largura. No local, a família criou um memorial, com a foto de Josenildo. Irmão do lanterneiro, Josilmar Marcário fala da homenagem e diz que depois do crime, convive com medo.

No parecer em que nega o recurso da defesa dos agentes, constatando o indiciamento do Ministério Público, o desembargador Gilmar Augusto Teixeira, relator do processo, afirma que a descrição minuciosa dos ferimentos suportados pelas vítimas demonstra que os denunciados agiram de forma a não lhes permitir qualquer chance de defesa e nem mesmo a tentativa de fuga ou rendição. A decisão foi dada em julho de 2017.

A investigação apontou que os seis baleados foram transportados, todos amontoados, dentro do porta malas da viatura. Em depoimento os mesmos policiais militarem alegaram que tentaram socorrer Josenildo. Na versão dos PMs, o morador foi levado, por eles, para o Hospital Municipal Souza Aguiar. No boletim médico, a confirmação de que o eletricista já chegou morto á unidade. O tiro que matou Josenildo foi dado de fuzil. O projétil entrou pela nuca e atravessou a cabeça da vítima. O disparo foi dado a menos de um metro do lanterneiro.

Os PMs eram lotados no Batalhão Estácio e alegaram que faziam uma incursão na favela. Ainda na versão dos militares, houve confronto. A alegação foi desmentida por testemunhas que presenciaram a ação. A perícia no local também constatou que não aconteceu troca de tiros

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.