A assessora de Marielle Franco que sobreviveu ao ataque que matou a vereadora afirma que "não há como voltar à normalidade". Fernanda Chaves foi a primeira das nove testemunhas ouvidas no júri popular dos dois réus acusados da execução da política e do motorista Anderson Gomes. O julgamento começou na manhã desta quarta-feira (30) e deve durar pelo menos dois dias.
Fernanda destacou como sua vida mudou desde o crime, ocorrido há seis anos. Marinete Silva, mãe de Marielle, também prestou depoimento, afirmando que cada dia sem a filha "é como se passassem uma faca no coração".
Sete jurados, todos homens, foram sorteados para o julgamento.
Os réus são os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de disparar contra as vítimas, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro durante o crime. Ainda pela manhã, familiares de Marielle fizeram um ato pedindo justiça. Luyara, filha da vereadora, afirmou que a força da mãe e o apoio recebido lhe dão coragem para enfrentar o processo.
A irmã de Marielle, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, ressaltou que o julgamento é apenas um passo nas investigações.
O planejamento do crime é objeto de uma ação no Supremo Tribunal Federal. Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são acusados de serem os mandantes. O ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa é acusado de obstruir as investigações. Outras duas pessoas também são rés por envolvimento no planejamento do crime.