Segue gravíssimo o estado de saúde de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A abordagem realizada nesta terça-feira (24) está sendo alvo de investigação por parte do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
A agente comunitária está internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na mesma região.
Os agentes reconheceram em depoimento que dispararam contra o carro. A equipe envolvida no caso era formada por dois homens e uma mulher. Eles foram afastados pela PRF. Segundo informações, eles são agentes que costumam trabalhar mais em serviço administrativo e estavam fazendo patrulhamento por causa da escala de plantão de Natal.
Juliana estava com a família no carro quando foi atingida. De acordo com o pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, eles estavam saindo de Belford Roxo e indo comemorar o Natal na casa da irmã de Juliana, em Niterói, na Região Metropolitana.
Ainda de acordo com Alexandre, a Polícia Rodoviária Federal abriu fogo contra o carro deles por engano. Quando escutou os disparos, Alexandre chegou a ligar a seta e encostar o carro na rodovia para a PRF ultrapassar, acreditando que estaria acontecendo uma ocorrência envolvendo criminosos.
No carro, além de Juliana e o pai, estavam a mãe da jovem, Deisi Rangel, o irmão Daniel e a cunhada. Alexandre também foi atingido na mão, mas sem gravidade. Ele foi atendido no hospital e liberado em seguida.
A viatura da PRF envolvida na ocorrência estava com uma marca de tiro no retrovisor. A mãe da jovem, Deisi Rangel, disse que os policiais afirmaram que ocupantes do carro em que a família estava teriam aberto fogo contra os agentes.
De acordo com a médica intensivista do Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, unidade da Baixada Fluminense onde Juliana Leite Rangel está internada, Juliana Paitach, a agente comunitária, apesar da gravidade, apresentou um padrão de estabilidade e está em ventilação mecânica. Agora, o quadro dela vai ser monitorado para a realização de novos exames.
O carro da família ficou com muitas marcas de tiro, foi periciado e levado para a Delegacia da Polícia Federal, em Nova Iguaçu, na mesma região. A viatura da PRF e as armas utilizadas pelos policiais também foram apreendidas.
Segundo Deisi, a família está desamparada e procurou um advogado em busca de justiça.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, lamentou a abordagem da PRF. Em nota publicada nesta quinta-feira (26), ele disse que a polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes.