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Jovem autista tem matricula negada em academia na Zona Sul do Rio

Os funcionários da academia Fórmula devem prestar depoimento na Delegacia de Copacabana

Por Thuany Dossares

Jovem autista tem matricula negada em academia na Zona Sul do Rio
Reprodução/Redes Sociais

Funcionários da academia Fórmula devem prestar depoimento na Delegacia de Copacabana (12ª DP) nos próximos dias. Eles foram intimados pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (19), após uma mãe denunciar que teve a matrícula do filho de 22 anos negada por ele ter transtorno do espectro autista.  

Alexsandra Menaguali Lima conta que, na terça-feira (18), procurou a academia, que fica próximo à Praça do Lido, para inscrever o filho, Augusto, por acreditar que o ambiente poderia ser inclusivo e acolhedor para ele, e que faria bem para o jovem fazer uma atividade física. Segundo ela, tudo ia bem até ela falar que Augusto tinha a condição.  

"Perguntei sobre valores, planos, estava indo tudo muito bem, já estava pegando os documentos e o cartão para pagar e concluir a matrícula, quando perguntei se tinha algum professor que ficasse no salão orientando os alunos e me foi dito que sim. Ai eu fiz o seguinte comentário "ah, porque meu filho é autista". No mesmo momento me falaram que não poderiam fazer a matrícula, porque eles já tiveram problemas com autistas", narra.

A mãe de Augusto afirma que a recepcionista alegou que apenas o supervisor poderia autorizar a matrícula, mas como o responsável não estava, nada foi resolvido. Alexsandra Menaguali lembra que foi embora desolada com o sentimento de que o filho foi rejeitado.  

"Eu não sei como eu cheguei em casa, porque vim com as pernas tremendo, com a carne tremendo, muito nervosa. Eu senti rejeição. Me senti muito impactada com aquilo porque é uma forma de segregar as pessoas com autismo ou qualquer tipo de transtorno ou síndrome. É extremamente desagradável, dói na alma você ouvir isso, que seu filho não pode frequentar um lugar ou outro por ele ser autista. Não posso admitir que façam essa injustiça e preconceito com uma pessoa tão nobre como o meu filho", desabafa.

Augusto concluiu o Ensino médio, trabalha em eventos culturais, está fazendo autoescola, já frequentou outras academias e praticou esportes. Segundo a mãe do jovem, ao saber do que tinha acontecido, ele ficou triste e perguntou se foi discriminado.  

Alexsandra registrou o caso na delegacia. A Polícia Civil apura se houve a prática do crime de recusa à matrícula de aluno com deficiência.

Em nota, a academia negou ter recusado a inscrição do aluno e que apenas quis oferecer um melhor suporte ao aluno. No entanto, questionados, eles não explicaram qual suporte foi oferecido. A academia ainda afirma que está apurando internamente o caso para que não aconteçam situações semelhantes. 

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