Jovem acusa mulher de racismo após pedir informação em fila de supermercado

Em menos de 48 horas quatro casos de denúncia de racismo estão sob investigação

Por Gabriela Souza

Em menos de 48 horas, pelo menos quatro casos de denúncia de racismo ganharam repercussão no Rio e estão sob investigação.  

O mais recente é do estudante Bruno Henrique de Castro Monteiro, de 18 anos, que afirma ter sido xingado e chamado de "neguinho do morro" por uma mulher em uma fila de um supermercado em Piedade, na Zona Norte da Rio.

Segundo o jovem, ele havia pedido uma informação para a mulher e, quando foi agradecer, a chamou de tia, por não saber nome dela.

A mulher, que ainda não foi identificada, teria ficado irritada e, de acordo com Bruno, começou a proferir palavras de cunho racista.

O jovem, que estava acompanhado do primo, disse que estava comprando ingredientes para o jantar de aniversário da mãe. Bruno conta que a mulher chegou a pedir para o segurança do mercado retira-los da fila.  

A Polícia Civil investiga o caso como crime de injúria por preconceito e calúnia. Os investigadores solicitaram imagens de câmeras de segurança da região e testemunhas serão ouvidas.

Segundo o Instituto de Segurança Pública, houve um aumento de quase 40%  nos casos de de injúria por preconceito: foram 1.883 casos, em 2022; contra 1.354, em 2021.  

Nesta quarta-feira (21), um jogador de futebol relatou ter sido impedido de sair de uma loja e obrigado a mostrar onde estavam peças que ele tinha desistido de comprar. O caso aconteceu na loja Zara, do Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância investiga a denúncia e solicitou as imagens de câmeras de segurança e a lista do nome dos funcionários que estavam trabalhando no dia no local.

No Leblon na Zona Sul do Rio, uma aposentada, acompanhada do filho, teria proferido ofensas racistas durante um atendimento na bilheteria do Teatro Oi Casa Grande. O registro de ocorrência foi feito pela produtora cultural Patricia Mendes.

Na semana passada outro caso: uma mulher que desistiu de efetuar uma compra na internet foi alvo de injúria racial e ameaças. Segundo Amanda Rondão, de 35 anos, ela foi chamada de macaca e crioula da senzala, entre outras expressões racistas.

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