Jornalista Robson Giorno foi morto por vingança, aponta denúncia do MPRJ

O planejamento da morte da vítima ocorreu após o profissional ter feito ataques à reputação do deputado estadual Renato Machado

Por João Boueri

Jornalista Robson Giorno foi morto por vingança, aponta denúncia do MPRJ
Robson Ferreira Giorno
Reprodução

A denúncia do Ministério Público do Rio contra o deputado estadual Renato Machado pelo assassinato do jornalista Robson Ferreira Giorno aponta que o crime foi cometido por vingança. A vítima foi assassinada na frente de casa, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, no dia 25 de março de 2019.

Para os promotores, o planejamento da morte da vítima ocorreu após o profissional ter feito ataques à reputação do político e de Vanessa da Matta Andrade, que também foi denunciada pelo MP, principalmente em relação à possível relação extraconjugal entre ela e o parlamentare, com uma suposta gravidez.

Para o MP, o político foi o mandante e Vanessa contratou os outros investigados para executarem o plano de matar a vítima. Além do deputado estadual e de Vanessa, também foram denunciados o policial militar reformado Davi de Souza Esteves e Rodrigo José Barbosa da Silva, que segundo o órgão, são conhecidos em Maricá pela atuação em atividades criminosas.

O laudo de necropsia apontou que a morte do jornalista foi provocada por disparos na região da cabeça, tórax e membros superiores.

Segundo a denúncia, antes de se aliar ao deputado estadual para planejar a morte do jornalista, Vanessa atuava como informante de Robson Giorno para fornecimento de notícias. No entanto, a vítima não teria honrado um acordo de pagamentos e a investigada passou a conversar com os executores.

Os promotores também pediram para que o caso seja julgado pelo Tribunal do Júri.

Rodrigo e Vanessa chegaram a ser presos no ano passado pelo envolvimento nas mortes de quatro pessoas em junho de 2019: um jornalista, um ex-vereador e do filho dele, e uma quarta vítima.

O policial militar reformado também chegou a ser preso. Na época, na casa dele, os investigadores apreenderam R$ 80 mil, uma arma e munição. Eles estão em liberdade.

No início do ano, o deputado estadual virou réu em um processo de pagamento de propina por uma construtora contratada pelo município de Maricá para realizar a construção do Hospital Municipal Doutor Che Guevara, em 2016. Segundo o Ministério Público, cerca de R$ 2 milhões foram pagos a uma empresa de fachada, que repassava a verba ilícita aos envolvidos. Entre eles, Renato Machado.

Em nota, o deputado negou envolvimento na morte do jornalista e disse que o MP deixou de juntar documentos indispensáveis para a análise e que a versão da acusação tem por base o depoimento isolado de uma única testemunha. Sobre a acusação pelo crime de peculato e lavagem de dinheiro, a defesa disse que vai se pronunciar nos autos do processo.

A BandNews FM tenta contato com a defesa dos demais citados.

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