Já dura seis horas a tentativa pela rendição do ex-deputado Roberto Jefferson

Agentes da PF cumprem decisão do ministro STF Alexandre de Moraes para revogar a a prisão domiciliar de Jefferson

Mariana Albuquerque, Yasmin Bachour, Carlos Briggs, Vinicius Fernandes, Isabele Rangel

Em prisão domiciliar, Jefferson usou as redes sociais da filha para fazer ofensas ao STF Reprodução
Em prisão domiciliar, Jefferson usou as redes sociais da filha para fazer ofensas ao STF
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O Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres tenta negociar, do local, a rendição do ex-deputado Roberto Jefferson e chamou a situação de "momento de tensão".

A resistência de Jefferson já dura quatro horas.

Agentes da PF cumprem uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para revogar a a prisão domiciliar de Roberto Jefferson, no Bairro Golf, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio. O ex-deputado percebeu a movimentação dos agentes pelas câmeras de segurança.

 A decisão aponta que o político recebeu visitas e passou orientações a dirigentes do PTB, concedeu entrevista a uma emissora de rádio e televisão, e promoveu, replicou e compartilhou notícias falsas sobre o Supremo Tribunal Federal e os ministros.

 Ex presidente do PTB, Jefferson disse, em um vídeo postado na internet, que atirou em direção aos agentes e ao carro da Polícia Federal, mas sem o objetivo de atingir os policiais. Foram lançadas três granadas e disparados dois tiros de fuzil.

 Dois policiais foram atingidos por estilhaços, durante a troca de tiros, mas passam bem, após serem levados ao pronto socorro e recebido alta. Em nota oficial, a Polícia Federal confirmou a situação e disse que reforçou o policiamento e permanece no local com o objetivo de cumprir a determinação judicial.

 Um cinegrafista foi agredido e socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

 De acordo com a colunista da Folha de São Paulo e da BandNews FM Monica Bergamo, a decisão do STF em prender Roberto Jefferson é por um suposto arsenal de armas e planos de novos ataques nas vésperas da eleição. Ainda de acordo com a colunista, a decisão ocorre hoje porque, a partir de terça-feira (25), ele não poderia mais ser detido, como determina a lei eleitoral.

 Pelas redes sociais, a filha dele, Cristiane Brasil, disse que o pai não vai se entregar.

 A conta de Cristiane Brasil foi retida, no Twitter, onde ela postava informações do que ocorria em tempo real.

Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia Federal disse que repudia o ataque sofrido por policiais federais durante o cumprimento do mandado de prisão.

Em prisão domiciliar, Jefferson usou as redes sociais da filha, na semana passada, para fazer ofensas à ministra do STF Carmen Lucia. Os xingamentos foram feitos porque o ex presidente do PTB não concordou com a decisão que envolvia um veículo de comunicação e o candidato à presidência pelo PT Lula.

 Como requisito para prisão domiciliar, Roberto Jefferson está impedido de usar redes sociais.

REPERCUSSÃO DOS POLÍTICOS (via Twitter)

General Hamilton Mourão- Vice presidente

"Lamento as falas e repudio o episódio envolvendo o Sr. Roberto Jefferson. Tal estado de coisas acontece porque o sistema de freios e contrapesos não está funcionando."

Jair Bolsonaro- Presidente

"Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP. Determinei a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio."

Lula- ex-presidente e candidato à presidência

"As ofensas contra a Cármen Lúcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma máquina de destruição de valores democráticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje. Minha solidariedade ao delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, feridos quando estavam apenas exercendo seu dever. Torcendo pela rápida recuperação. A democracia e a civilização vencerão a barbárie."

Arthur Lira- presidente da Câmara dos Deputados

"O Brasil assiste estarrecido fatos que, neste domingo, atingiram o pico do absurdo. Em nome da Câmara, repudio toda reação violenta, armada ou com palavras, que ponham em risco as instituições e seus integrantes. Não admitiremos retrocessos ou atentados contra nossa democracia."

Eduardo Paes- prefeito do Rio de Janeiro

"É sobre civilização e barbárie!"

Andre Ceciliano- presidente da ALERJ

"Absurdo o atentado contra a PF praticado por Roberto Jefferson. Ele atirou e feriu uma policial. Um dia triste para nossa democracia. As instituições precisam ser respeitadas."

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