
O Itamaraty solicita vistorias em mais de 30 imóveis na região do Centro do Rio após o desabamento de parte de um casarão localizado entre as ruas Senador Pompeu e Visconde da Gávea, nas proximidades de imóveis que integram o Complexo Arquitetônico do Itamaraty no Rio de Janeiro.
No ofício enviado à Secretaria de Estado da Defesa Civil, o escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores aponta que as vistorias são necessárias para a segurança das pessoas, principalmente em época de início das chuvas, para evitar tragédias futuras.
Segundo o escritório, os imóveis estão em "péssimas condições". De acordo com a embaixadora Márcia Maro da Silva, alguns foram invadidos por famílias.
O documento cita que, com maiores índices pluviométricos, a situação das construções antigas sem conservação pode se agravar.
No desabamento do casarão no dia 20 de março, escombros caíram sobre pelo menos quatro carros e motos que estavam estacionadas na via, que ficaram completamente destruídos. Um homem morreu. Testemunhas contam que Marcos Vinícius chegou a gritar por socorro, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a Prefeitura do Rio, o proprietário do imóvel já tinha recebido notificações e intimações da Secretaria de Desenvolvimento Urbano desde 2014, mas não tomou nenhuma providência. A última vistoria aconteceu em setembro do ano passado, quando foi constatado o estado acelerado de degradação.
Além dos riscos à vida, para o fundador do SOS Patrimônio, Marconi Andrade, a cidade do Rio de Janeiro está perdendo o patrimônio histórico.
O presidente da Câmara Municipal do Rio, Carlo Caiado, apresentou, junto aos vereadores Pedro Duarte e Talita Galhardo, um Projeto de Lei que permite a atuação do Poder Executivo em imóveis abandonados na cidade.
O objetivo é que a Prefeitura, após notificações, possa entrar e realizar reparos. Se o proprietário não atender às notificações, o município pode desapropriar o terreno. Cento e sessenta imóveis podem apresentar riscos de desabamento.
Procurada, a Secretaria de Estado de Defesa Civil disse que a responsabilidade é da Defesa Civil municipal, que disse que não recebeu nenhum ofício do Itamaraty para a realização de vistorias em imóveis próximos ao complexo localizado no Centro do Rio.