ISP aponta que 16,3% dos casos de agressão são praticados por ex-companheiros

65,2% das vítimas são mulheres

Por Gabriela MorgadoMaria Eduarda Vieira

ISP aponta que 16,3% dos casos de agressão são praticados por ex-companheiros
Agressão doméstica
Divulgação

A maior parte dos casos de lesão corporal dolosa, quando há a intenção de agredir, registrados no estado do Rio no ano passado, foi contra companheiros ou companheiras dos agressores. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, dos 62.152 registros, mais de 15.600, 25,2%, tinham essa relação entre a vítima e o autor do crime. 16,3% foram praticados por ex-companheiros. 65,2% das vítimas são mulheres.

Os números tiveram queda de 2019 para 2020, primeiro ano com restrições na pandemia da Covid-19, mas voltaram a subir desde então. De 2022 para 2023, o aumento foi de 7,8%.

Nesta terça-feira (30), um homem foi preso, suspeito de agredir, roubar e manter em cárcere privado a ex-namorada. O crime aconteceu na madrugada do dia 13 de julho.

De acordo com as investigações, João Phelippe de Souza Melo e a vítima, que é médica, discutiram no apartamento dela, em Copacabana, na Zona Sul da capital. O homem então teria espancado a mulher, que se escondeu no banheiro. Ainda de acordo com a Polícia Civil, João Phelippe roubou as joias dela e trancou a vítima no apartamento, deixando o prédio. Ela só foi libertada com a ajuda do porteiro e de um chaveiro. O suspeito teria usado o dinheiro para comprar drogas.

A mulher segue internada em um hospital particular, com quadro de saúde estável. Ela chegou a passar por uma cirurgia para a correção de uma fratura da mandíbula. 

Mas a demora para a conclusão dos processos judiciais é uma denúncia de diversas vítimas e famílias. No caso de Rita Nogueira, o comportamento agressivo do namorado levou à morte da técnica de enfermagem. O caso aconteceu em novembro de 2022 e, até hoje, não houve o julgamento final do réu. A cunhada da vítima, Yasmim Rocha, pede justiça.

 

A gente quer sim que a justiça seja feita, independente do tempo que demore para isso acontecer. É muito triste, né, porque a cada dia aumentam mais os casos de feminicídio, de violência. Ela não foi a primeira e não vai ser a última.



Iago Lacê Falcão, réu pela morte de Rita, está preso. Já João Phelippe de Souza Melo, suspeito de agredir e manter a ex-namorada em cárcere privado, responde por lesão corporal gravíssima e violência doméstica contra a mulher, além de lesão corporal decorrente de violência doméstica contra a mulher e lesão cometida em razão da condição de mulher.

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