A Interpol incluiu o nome do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn na Difusão Vermelha pelo prazo de cinco anos. O diplomata responde pelo assassinato do marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no apartamento onde moravam em Ipanema, na Zona Sul, no dia 5 de agosto.

O pedido foi feito no mês passado, depois que a Justiça do Rio aceitou denúncia do Ministério Público, tornando o cônsul alemão réu por homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar - triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

No entanto, para o advogado criminalista Caio Padilha, o fato do cônsul se encontrar na Alemanha impede uma possível extradição, proibida na Justiça do país em que Uwe Herbert Hahn se encontra. 

''O papel da Interpol é de auxiliar e interligar as forças policiais nacionais na localização dos acusados para fins de detenção e posterior extradição. É importante lembrar que o cônsul está na Alemanha, que impede a extradição de seus nacionais. Essa prisão só poderá ser efetuada para fins de extradição caso o cônsul deixe o país'', diz o advogado.

Antes, a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita havia determinado relaxamento da prisão do diplomata, alegando excesso de prazo para que o Ministério Público oferecesse denúncia contra o cônsul. Horas depois, o acusado embarcou para a Alemanha.

Segundo a Polícia, a versão contada pelo cônsul em depoimento de que ele teria caído após um mal súbito é incompatível com o exame de necropsia e a perícia realizada no apartamento.

O laudo revela que o corpo da vítima, o belga Walter Henri Maximillen, apresentava mais de 30 lesões na cabeça, no tronco e nos membros, que sugerem espancamento. A causa da morte foi traumatismo craniano.