A Policia Civil do Rio investiga um esquema em que vítimas recebem um e-mail com uma cobrança em bitcoins e ameaças de divulgação de dados pessoais, em caso de não pagamento.
No e-mail enviado, os criminosos orientam a pessoa a não acionar a polícia, nem contar aos amigos, até que a situação seja resolvida. Caso contrário, o golpista ameaça enviar vídeos íntimos às redes sociais e contatos do WhatsApp da vítima, além da publicação do conteúdo em sites pornográficos.
Ao longo da mensagem, o bandido faz uma série de explicações em linguagens de Internet, sobre como conseguiu as supostas informações, como acesso ao microfone, câmera de computador, histórico de navegação e de conversa e localização. O golpista ainda fala que observou que a vítima acessou sites adultos e capturou imagens dela sem roupas e se masturbando.
Em troca do sigilo dos dados, ele exige a transferência de R$ 3 mil, equivalentes em bitcoins, em um prazo de 48 horas, e a promessa de apagar todo o material supostamente adquirido.
O golpista ainda chega a dizer para confiar na palavra dele e que é um negócio justo, com preço baixo, em comparação ao tempo que teria tido em captar os dados da pessoa.
Uma vítima, que teve a identidade preservada e a voz distorcida, relatou a sensação de desespero ao receber o e-mail e contou que não fez a transferência em bitcoins porque viu a mesma mensagem do golpe no catálogo de fraude de um site de checagem.
De acordo com o diretor-adjunto de cibersegurança da RNP, Emílio Nakamura, o primeiro passo é não pensar e realizar ações de forma impulsiva, mas, sim, checar o conteúdo da mensagem e verificar nos sites especializados se outras pessoas passaram por esse golpe.
O hacker, no e-mail enviado a uma das pessoas, ainda afirma que essa não foi a primeira vítima e que a motivação seria recebimento de dinheiro, já que perdeu o emprego por causa da pandemia, mas que tudo, nas palavras dele, seria feito de "forma justa".