O Instituto Estadual do Ambiente afirma que vai enviar uma equipe para vistoriar a região onde funciona a siderúrgica Ternium, no Distrito Industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. 

A empresa é alvo de denúncias de moradores, que reclamam da poluição emitida pela companhia.

Quem mora próximo diz que as casas são tomadas por um pó escuro e relata diversos problemas de saúde.

Um relatório do Centro para Pesquisa em Energia e Ar Limpo, organização sediada na Finlândia, destaca o impacto devastador na saúde da população. Segundo o estudo, os poluentes chegam a alcançar cidades em São Paulo.

O documento indica que a poluição do ar provocada pela fábrica pode ter levado à morte de 1.200 pessoas por doenças como derrame, infecções respiratórias, câncer de pulmão e diabetes. O relatório também aponta que 35 crianças menores de 5 anos podem ter morrido em decorrência do material emitido pela empresa. 

O estudo foi feito com base nos dados sobre emissão de poluentes encontrados em documentos oficiais da companhia. 

O problema ocorre desde que a fábrica se instalou na região, em 2010, quando ainda era chamada de Companhia Siderúrgica do Atlântico, ou CSA. Em 2017, ela foi vendida para a Ternium, que se apresenta como a maior fabricante de aço da América Latina. 

Em nota, a empresa disse que opera com todas as licenças ambientais necessárias e segue os padrões internacionais da indústria para reduzir e controlar as emissões de poluentes. 

Já o Instituto Estadual do Ambiente afirmou que as três estações de monitoramento da região apontam boa qualidade do ar.

LEIA O POSICIONAMENTO DA TERNIUM NA ÍNTEGRA:

“A Ternium Brasil informa que o seu Complexo Siderúrgico, instalado no Rio de Janeiro, opera com todas as licenças ambientais necessárias. A licença atualmente vigente, concedida pelo órgão ambiental estadual competente, tem validade de 10 anos. A Ternium cumpre as obrigações e condições estabelecidas nesta licença e opera conforme os padrões internacionais da indústria. A empresa conta com as melhores tecnologias disponíveis para reduzir e controlar as emissões atmosféricas, além de monitorar a qualidade do ar. São 8 mil trabalhadores que atuam na indústria e são monitorados por meio de exames periódicos e acompanhamento da saúde. Mais de 60% dos trabalhadores moram na região e ainda assim nenhum indício de prejuízo a saúde foi identificado. É importante destacar que a qualidade do ar em Santa Cruz, medida pelo órgão ambiental INEA, é classificada como boa. Não fomos contatados para a elaboração do relatório, portanto não podemos comentar a metodologia ou os resultados, mas vale destacar que a própria entidade finlandesa, responsável pelo estudo, afirma não se responsabilizar pelo conteúdo.”