A análise dos dados de vacinação contra a Covid-19 dos sobrinhos do deputado federal Gutemberg Reis e de outras três pessoas permitiu aos investigadores da Polícia Federal identificarem que a Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, pode ter inserido dados falsos de imunização em um número indeterminado de pessoas.
A informação consta em um ofício enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal. Os investigadores acreditam que foi montada uma organização criminosa dentro do município para beneficiar pessoas especialmente ligadas ao grupo político e familiar que comanda o município.
Apesar da dinâmica de possível irregularidade ser parecida, os investigadores acreditam que não há relação direta com o grupo de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e do tenente-coronel Mauro Cid.
O esquema também teria beneficiado aliados de Bolsonaro para que eles pudessem burlar as regras sanitárias impostas durante a pandemia de Covid-19. Os crimes teriam acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
A investigação também apontou que o aparelho celular apreendido com Gutemberg Reis não auxiliou os policiais, uma vez que ele foi encontrado com aparência de aparelho novo ou zerado, o que pode indicar uma possível formatação do telefone antes da apreensão.
Segundo o relatório da PF, as duas doses da vacina Pfizer registradas em nome de Bolsonaro foram inseridas de maneira irregular. Elas teriam sido aplicadas em Duque de Caxias.
Os investigadores também suspeitaram da aplicação de três doses em nome do tenente-coronel Mauro Cid e das filhas também no centro municipal de saúde da cidade da Baixada Fluminense. Eles residem em Brasília desde 2020.
A Polícia Federal já tinha indiciado o ex-presidente e outras oito pessoas no relatório final do inquérito. Entre elas, Mauro Cid e Gutenberg Reis.
A Operação Venire foi deflagrada em maio de 2023. Na ocasião, foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outras cinco pessoas. Entre elas, o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
A BandNews FM aguarda posicionamento da Prefeitura de Duque de Caxias e do deputado Gutemberg Reis.