O segundo ciclo da iniciativa BNDES Periferias vai levar internet a mais de 120 favelas e periferias brasileiras. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (7) na sede do banco, no Centro do Rio de Janeiro.
A nova operação da frente Periferias Conectadas também foi anunciada com possibilidade de créditos para os projetos inscritos a partir de chamada pública do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação do BNDES.
Durante o início do evento, o banco também disse que já planeja o terceiro ciclo da iniciativa, ainda sem data para ser lançado.
Entidades privadas sem fins lucrativos que tenham experiência na implantação e operação de projetos similares nos territórios contemplados pela iniciativa podem participar da chamada pública. O banco vai priorizar entidades que possuam ao menos 30% das pessoas autodeclarada negras na atividade de gestão.
O BNDES vai selecionar projetos para as favelas e comunidades periféricas incluídas nos municípios identificados pelo Programa Periferia Viva, do Ministério das Cidades.
O financiamento foi aprovado pelo BNDES com objetivo de expandir a cobertura de internet em territórios rurais e urbanos, incluindo a implementação de 125 torres de telecomunicações de 4G e 5G para atender 124 favelas e em oito localidades rurais da Bahia, Maranhão e Piauí. A operação será feita com a empresa privada. O investimento é de R$ 65 milhões.
O presidente do banco participaria do anúncio, mas discursou de forma remota em decorrência de dores musculares após brincar com os netos no final de semana. Aloízio Mercadante ressaltou o crescimento do BNDES, mas reconheceu a dificuldade do banco e do país em chegar às favelas e comunidades.
Em março, o BNDES Periferias foi apresentado inicialmente a mais de 50 entidades representativas dos movimentos sociais.
Os executivos do banco também apresentaram nesta segunda-feira (7) os projetos que passaram para a etapa de análise do 1º ciclo da iniciativa BNDES Periferias, que tenta promover a diversidade e redução da desigualdade. Foram mais de R$ 40 milhões de financiamento do Fundo Socioambiental.
Oitenta e uma propostas foram recebidas pelo BNDES após o anúncio do primeiro ciclo
Durante a tarde, os responsáveis pelos projetos passaram por uma oficina com os profissionais do BNDES.
Eliana Sousa Silva foi criada na Favela Nova Holanda, dentro do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. A fundadora e agora diretora da Redes da Maré disse que, durante a primeira frente lançada pelo BNDES em março, inscreveu projetos para a área de polos culturais econômicos, com foco na economia da Vila do Joao e do Parque União, dentro do Complexo da Maré.
Um estudo realizado pela associação apontou que há quatro mil empreendimentos econômicos dentro do complexo de favelas, a maioria bares e restaurantes.
A primeira etapa da iniciativa teve foco em geração de trabalho e renda, educação, cultura e inclusão social.