Empresário denuncia racismo em banco na Zona Sul do Rio

Jovem diz que foi impedido de entrar na agência; Polícia Civil investiga o caso

Jeane Moraes (sob supervisão)

Empresário denuncia racismo em banco na Zona Sul do Rio
Delegacia de Copacabana
Reprodução / Google

Um empresário conhecido na internet por trabalhar com jovens investidores diz que sofreu racismo estrutural no Banco Santander na tarde de sexta-feira (5).  

Raiam Santos, de 33 anos, tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Ele afirma que foi impedido de entrar na agência bancária localizada na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio.  

O empresário conta que estava de bermuda, boné e uma mochila, já que iria viajar. Raiam relata que os seguranças da agência travaram a porta para ele não entrar.  

‘Me senti humilhado. Tanto pelo pessoal da segurança, como para os outros clientes. Eles não conseguiam sair da agência, porque a porta estava bloqueada e não me deixavam entrar. Isso aí durou uns 5 minutos. Eles perguntaram o que eu iria fazer lá. Deu vontade de responder que eu iria comer um bife a cavalo com batata frita. É claro que eu queria usar o banco para falar com o gerente’.

Outros clientes que estavam no local tiveram que aguardar a situação ser resolvida para poder acessar o banco.  

Um dos funcionários chegou a perguntar ao influenciador o que ele estava fazendo no Santander Select, categoria geralmente destinada a pessoas com renda alta, como afirma Raiam.

‘O problema é do racismo estrutural do Brasil. Talvez eles sejam treinados para fazer isso com todo jovem negro de mochila, boné ou bermuda que aparecer lá. E sim, eu sou uma exceção. Não quero mais ser uma exceção e que tenham mais jovens negros com dinheiro suficiente para ter conta no Select, no Personalité, no Private... A gente pode também. Isso de ter cara de pobre e ser enquadrado é sacanagem’.

A Polícia Civil investiga o caso. Os agentes vão ouvir a vítima e funcionários da agência bancária, além de requisitar imagens de câmeras para análise.

Em nota, o banco Santander informou que repudia qualquer atitude discriminatória e disse que não identificou qualquer comportamento de cunho racista por parte de seus colaboradores. Ainda de acordo com o banco, a entrada do cliente foi permitida após a abertura da porta com o detector de metais, e ele foi atendido cordialmente por um dos gerentes.

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