O modelo e influenciador digital Bruno Krupper é preso em um hospital particular no Méier, na Zona Norte do Rio, acusado de pilotar uma moto em alta velocidade e matar atropelado o adolescente João Gabriel Cardin Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. O crime aconteceu na noite do último sábado (30).
Bruno teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio na noite de terça-feira (2). Por enquanto, ele ficará internado sob custódia porque ainda precisa passar por cirurgias nos próximos dias.
O caso começou a ser investigado pelos agentes da Delegacia da Barra (16ª DP) como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas agora já é tratado como homicídio com dolo eventual, porque, segundo o delegado Antenor Junior, Bruno assumiu o risco de cometer o acidente. O modelo não possui habilitação e o veículo estava sem placa.
O jovem atravessava na faixa de pedestre, após o fechamento do sinal de trânsito, acompanhado da mãe, perto do Posto 3, quando foi atingido. O impacto foi tão grande, que João Gabriel teve a perna esquerda amputada, na altura do quadril, no momento do acidente. O adolescente chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Testemunhas que estavam na Avenida Lucio Costa no momento do acidente afirmaram em depoimento que a motocicleta passou na via com uma velocidade muito alta, que parecia ser acima de 150 quilômetros por hora.
O limite de velocidade na avenida é de 60 quilômetros por hora.
Câmeras de segurança de quiosques da orla flagraram o influenciador passando na via, por volta das 22h50. Nas imagens é possível perceber que pessoas que estavam no local chegam a se assustar com a velocidade da moto.
Segundo a Polícia Civil, três dias antes do acidente, Bruno já havia sido parado em uma blitz da Lei Seca, conduzindo a mesma moto. Ele se recusou a soprar o bafômetro e recebeu três multas: dirigir sem habilitação, veículo sem placa e a recusa do exame. Ele foi penalizado em R$ 4 mil e teve a moto apreendida, mas a recuperou logo depois.
A abordagem foi, inclusive, pontuada pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti na decisão de decretar a prisão preventiva do modelo. Ela cita que "a situação por ele vivida três dias antes, ao ser parado em uma blitz, não foi suficiente para alertar-lhe dos riscos de direção perigosa e em contrariedade ao que dispõe a lei e o bom-senso. Em outras palavras: não foi o bastante que tivesse sido parado pelos agentes da Lei Seca. Ser pego na situação já descrita não teve qualquer efeito didático. Ao contrário, adotou conduta mais ainda letal, acabando por tirar a vida de um jovem que estava acompanhado de sua mãe".
A magistrada também ressalta que Bruno ainda é investigado por estupro e estelionato.