A Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Ibama e o Instituto Estadual do Ambiente investigam um possível vazamento de água contaminada da usina nuclear Angra 1, na Costa Verde Fluminense.
O caso teria acontecido no último dia 16 de setembro durante uma parada para manutenção. Segundo uma denúncia anônima recebida pelo Inea, a água teria entrado em contato direto com o meio ambiente, já que parte dela escorreu para ralos de águas pluviais que têm o mar como destino final. Por causa disso, ainda segundo a denúncia, canaletas e bueiros da usina apresentaram níveis radiológicos anormais.
O Inea afirma que, assim que a denúncia foi recebida, notificou o Ibama e a Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão responsável pelo controle e supervisão das instalações nucleares brasileiras. Segundo a comissão, uma equipe está realizando inspeção e coleta de amostras no local para verificar as informações recebidas.
Em nota, a Eletronuclear, responsável pela usina, diz que a denúncia não é verídica. De acordo com a empresa, durante uma inspeção de rotina, foi detectado um ligeiro aumento dos níveis de radiação em uma das salas de trabalho e os agentes verificaram que o problema era oriundo de água empoçada em um ralo, que foi prontamente drenada e contida nos próprios sistemas de coleta da usina.
A companhia alega que as equipes de proteção radiológica e do Laboratório de Monitoração Ambiental da empresa não identificaram qualquer contaminação radiológica na descarga para o mar nem no meio ambiente. Ainda segundo a Eletronuclear, não foi necessária a notificação dos órgãos ambientais e da Prefeitura de Angra dos Reis porque o evento não se caracterizou como acidente ambiental.
A usina nuclear Angra 1 foi a primeira a entrar em operação comercial no Brasil, em 1985. Ela opera com um reator de água pressurizada e gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes.