O Instituto Estadual do Ambiente deve realizar um novo leilão das embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. Um ofício da Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar enviado ao secretário de Meio Ambiente, Thiago Pampolha, sugere que a licitação dos cascos seja conduzida pelo órgão.
De acordo com a Marinha, o último mapeamento, feito em janeiro, revelou que há 51 navios abandonados na Baía de Guanabara.
O leilão seria semelhante ao realizado em 2012, também pelo Inea. No entanto, segundo o fundador do Movimento Baía Viva, Sérgio Potiguara, apenas os materiais de maior valor foram removidos na época e muitos cascos, especialmente os de madeira, foram deixados de lado pelos vencedores do leilão.
Em janeiro, a Capitania dos Portos instaurou um processo administrativo para que as embarcações sejam consideradas perdidas e levadas a leilão, já que podem constituir perigo, obstáculo à navegação ou ameaça a terceiros ou ao meio ambiente. O assunto também é discutido por um grupo técnico criado pelo Governo do Estado, que reúne autoridades para discutir o problema.
Há seis meses, o navio São Luiz colidiu com a Ponte Rio-Niterói após ficar à deriva. A embarcação estava abandonada desde fevereiro de 2016 e foi levada para o Porto do Rio após o acidente.
Uma vistoria do Instituto Estadual do Ambiente realizada no último dia 8 revelou que a empresa responsável pelo navio não concluiu o cerco preventivo exigido pelo Inea. A medida tem o objetivo de evitar danos ambientais em caso de vazamentos. Durante a fiscalização, um representante da Mansur Navegações explicou que foram colocados 25 metros de barreira, que cobririam apenas a área próxima aos tanques. Uma nova visita deve ser feita para verificar se a exigência foi cumprida.
Os técnicos não conseguiram vistoriar o interior do navio devido às más condições de conservação e segurança e ao estado avançado de corrosão das estruturas. A BandNews FM não conseguiu contato com a Mansur Navegações.