A Indústrias Nucleares do Brasil investiga o desaparecimento de dois tubos com amostras de urânio enriquecido da Fábrica de Combustível Nuclear de Resende, no Sul Fluminense. Segundo a companhia, o sumiço ocorreu em julho, após uma transferência interna entre áreas de armazenamento.
Cada ampola tem cerca de oito gramas de hexafluoreto de urânio, material que faz parte do processo de produção das pastilhas de urânio usadas como combustível pelas usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, na Costa Verde Fluminense.
O material pode provocar queimaduras na pele, lesões oculares graves e danos no trato respiratório. A empresa afirma, porém, que a liberação do conteúdo, caso ocorra, não acarreta danos à saúde da população.
Na avaliação do engenheiro Moacyr Duarte, especialista em análise de riscos, o desaparecimento das ampolas não é motivo para alarde, mas deve ser investigado com rigor.
As buscas foram iniciadas assim que foi detectada a ausência dos tubos. Os técnicos procuraram pelo material no interior das áreas controladas, escritórios e, principalmente, no trajeto percorrido para transferência dos recipientes.
De acordo com a Indústrias Nucleares do Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear foi comunicada e acompanha os desdobramentos do caso.
Como os dois tubos não foram localizados, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e a Polícia Federal também foram informados sobre o ocorrido. A PF afirma que foi acionada na quarta-feira (16) e que vai iniciar diligências para apurar as circunstâncias do fato e identificar eventuais responsáveis.
Em nota, a empresa disse que abriu um processo administrativo e busca identificar melhorias para que episódios como este não voltem a ocorrer.
O Instituto Estadual do Ambiente afirma que vai manter contato com representantes da INB e da Comissão Nacional de Energia Nuclear para acompanhar as investigações.