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Ilha de Paquetá registrou péssimos índices de qualidade do ar na manhã desta terça-feira (10)

Quem vive na Baixada Fluminense reclama que as queimadas vêm causando problemas aos moradores

Por Daniel Henrique

Ilha de Paquetá registrou péssimos índices de qualidade do ar na manhã desta terça-feira (10)
Reprodução

A Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, registrou péssimos índices de qualidade do ar na manhã desta terça-feira (10), com altas taxas de monóxido de carbono, um dos principais poluentes. 

Na segunda-feira, um boletim divulgado pelo Instituto Estadual do Ambiente apontou que 5% das estações que compõem a rede no Rio de Janeiro registraram índices de qualidade do ar classificados como ruins e 46% moderados.

Quem vive na Baixada Fluminense reclama que as queimadas vêm causando problemas aos moradores. Três estações do município de Duque de Caxias estão com índices de qualidade do ar moderados, o que ocasiona em tosse seca em crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. 

Os moradores do bairro Santa Cruz da Serra contam as dificuldades causadas pela situação e que as crianças estão sofrendo com problemas respiratórios.

Eu tenho sentido bem forte, não consigo nem dormir no outro quarto porque sou alérgica e o cheiro lá é muito forte. De vez em quando também tem fuligem pelo chão
Eu fui duas vezes com o meu filho parar no pediatra por conta dessas tosses, porque ele é alérgico. Eu nunca tinha notado um ar tão pesado como está agora. Aquele cheiro forte de queimada entrando. Essas queimadas para mim não são de mato não, porque se fosse mato, o meu quintal estava cheio de fuligem. Eu acho que é como se fosse alguma carvoaria

Segundo o Corpo de Bombeiros, o estado do Rio teve um aumento superior a 90% no número de ocorrências de queimadas entre janeiro e setembro de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado. São mais de 15 mil registros de fogo em vegetação.

O infectologista José Pozza explica que a inalação de gases tóxicos gerados pelas queimadas pode gerar desde desconfortos até crises de doenças crônicas.

A fumaça resultante das queimadas, além de conter gases tóxicos, ela pode acompanhar substâncias que também são tóxicas, podendo descompensar problemas respiratórios já existentes em algumas pessoas, como enfisema, asma, algumas doenças crônicas de pulmão. E muitas das vezes sintomas desconfortáveis, como dificuldade para inspirar, tosse, ressecamento na garganta e às vezes dor na garganta

A Secretaria de Saúde da capital fluminense diz que o período atual é de sazonalidade de doenças respiratórias, devido às condições características da estação do ano, com a circulação de diferentes vírus respiratórios na cidade. Desta forma, há um aumento de ocorrências respiratórias, mas que não é possível fazer uma relação direta com as queimadas.

Já a Secretaria de Saúde do Estado diz que os casos de síndrome respiratória aguda grave não são de notificação obrigatória e que também podem ser causadas por influenza, Covid-19 e outros agentes etiológicos. Em 2024 são cerca de 11.500 internações e mais de 1.200 mortes por problemas respiratórios.

Apesar da situação no Rio de Janeiro, os problemas causados pelo tempo seco, o calor e a fumaça de incêndios florestais têm sido mais intensos em outras regiões do país. O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu um alerta laranja de perigo para doze estados brasileiros e o Distrito Federal.

O alerta de baixa umidade relativa do ar vale para Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul. Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Maranhão e São Paulo.

A região da capital paulista e da região metropolitana foi considerada a metrópole com a pior qualidade do ar no mundo nesta segunda (9) e terça-feira (10), segundo a empresa suíça IQAir, especializada neste tipo de medição. A recomendação é beber muita água e evitar exercícios físicos ao ar livre.

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