IBGE volta a usar termos "favelas e comunidades" nos levantamentos do Censo

Há cerca de 50 anos o Instituto vinha adotando expressões como "aglomerados urbanos"

Bruna Navarro

Brasil conta hoje com mais de 10 mil favelas e comunidades urbanas
Fernando Frazão/Agência Brasil

O IBGE volta a usar os termos "favelas e comunidades urbanas brasileiras" para se referir a esses territórios no levantamento do Censo. Há cerca de 50 anos o Instituto vinha adotando expressões como "aglomerados urbanos" ou "aglomerados subnormais". Agora a alteração acontece, principalmente, por uma demanda dos próprios moradores dessas regiões.  

O Brasil conta hoje com mais de 10 mil favelas e comunidades urbanas, onde vivem 16,6 milhões de pessoas, segundo apontamento da prévia do Censo de 2022. O número representa 8% da população brasileira.  

O fundador e editor-chefe do jornal Voz das Comunidades, Rene Silva, considera a mudança essencial para o reconhecimento das favelas como território de importância.

O colunista da BandNews FM e um dos fundadores do Data Favela, Renato Meirelles, comenta como a adoção de termos como "aglomerado subnormal" pode resultar em estigmas.  

Segundo o IBGE, o complemento "comunidades urbanas" foi necessário ser acrescentado, já que em muitos locais, o termo "favela" não é o mais usado, como explica a pesquisadora do IBGE, Leticia de Carvalho.  

A maior favela do Brasil atualmente é a Sol Nascente, localizada no Distrito Federal, segundo dados da prévia do levantamento. A região ultrapassou a Rocinha, na Zona Sul do Rio, em número de domicílios.

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