O açaí foi o fruto mais produzido por quatro das cinco categorias de produtores brasileiros pesquisadas pelo IBGE em 2017. Entre os produtores brancos, o alimento ficou atrás apenas da erva-mate. Os dados são do Censo Agropecuário, analisado entre outubro de 2016 e setembro de 2017 pelo IBGE, que, pela primeira vez, investigou recortes de cor ou raça dos produtores e cônjuges.
Dentre as hortaliças, a alface foi produzida pela maior parte dos produtores, e a pimenta foi o principal alimento cultivado nos estabelecimentos indígenas. Já na lavoura temporária, o produto mais presente entre os produtores indígenas foi a mandioca.
Para os demais trabalhadores, o milho em grão foi o alimento predominante.
Dos cinco milhões de produtores brasileiros, 90% eram brancos ou pardos em 2017. A maior parte dos trabalhadores estava concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Os produtores pretos, amarelos e indígenas compuseram os outros 10%, com menor participação na atividade de amarelos, que não chegavam a 1% das estatísticas.
O levantamento apontou que houve uma maior participação de mulheres em estabelecimentos dirigidos por produtores pretos, pardos e indígenas. Além disso, o estudo mostrou que produtores indígenas têm um perfil etário mais jovem do que os não indígenas, com idade média de 45 anos.
Ainda de acordo com a pesquisa, os estabelecimentos indígenas são os que menos utilizam agrotóxicos. Em contrapartida, quase a metade dos produtores brancos e amarelos utilizam os produtos químicos.
Com base nos dados das Coordenações Regionais na FUNAI, o levantamento pontuou que mais de 80% dos estabelecimentos comandados por produtores indígenas em todo o país estão localizados nas próprias terras indígenas. No entanto, na Região Sul, mais de 30% dos estabelecimentos dirigidos por não-indígenas estão inseridos nesses territórios.