Oftalmologistas de unidades de saúde do Rio alertam para o aumento do número de casos de ferimentos causados por armas de gel. No Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, foram 20 atendimentos de 1º de dezembro do ano passado até 3 de janeiro desse ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
O número é mais alto do que em outros períodos, não festivos.
O oftalmologista Luiz Fernando Andrade ressalta ainda que muitas crianças colocam o gel em geladeiras ou congeladores, piorando o risco de lesões nos olhos.
Colocam esse gel no congelador e aquilo endurece e vira uma arma, como se fosse uma arma de borracha. Quando vai direto em contato com o olho, pode causar hemorragia, feridas, descolamento de retina e até perfuração mesmo do globo ocular, em casos mais graves. Mas já tivemos um caso em que a bolinha ficou alojada na órbita do paciente e teve que operar.
Em casos mais graves, os ferimentos podem, inclusive, deixar sequelas.
Hoje, o uso das armas de gel não é proibido, mas há um projeto de lei da Assembleia Legislativa que visa a esse fim.
Ao mesmo tempo, o setor de oftalmologia do Hospital Souza Aguiar sofre com um outro problema: as queimaduras por produtos de beleza. Quase 180 pacientes foram atendidos na emergência em só dois dias, por causa de pomadas modeladoras de cabelo.
Mas o oftalmologista Luiz Fernando alerta que os médicos também passaram a atender mais pessoas com problemas causados por bronzeamento artificial clandestino e cílios postiços e extensões. Os casos aumentaram no final do ano. Entre 1º de dezembro e 3 de janeiro, foram 13 casos de intoxicação devido à cola para cílios.
No mesmo período, a Secretaria de Saúde do Município também alerta que foram sete atendimentos pelo uso de lança perfume.
Ainda de acordo com o oftalmologista Luiz Fernando, alguns pacientes relataram falta de pomadas usadas no tratamento de problemas nos olhos, por causa do aumento da procura.