Moradores acusam a Polícia Civil pela morte de um vigilante durante uma operação na comunidade da Furquim Mendes, em Jardim América, na Zona Norte do Rio. Segundo familiares, David Carlos, de 44 anos, foi atingido por volta de 17 horas, a cerca de 500 metros de casa, quando ia para o trabalho.  

A Polícia Militar afirma que foi acionada para a ocorrência e os policiais socorreram a vítima ainda com vida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na mesma região.  

A comadre dele, Juliana Maia, conta que David esperou o tiroteio terminar para sair de casa, mas foi baleado pelas costas por policiais civis fardados dentro de um carro descaracterizado.

A vice-presidente da Associação de Moradores da Furquim Mendes, Rhayane de Oliveira, destaca que a ação aconteceu no momento em que muitas crianças saíam da escola.

David trabalhava como segurança em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, durante a noite. Ele deixa esposa e três filhos.  

Uma mulher que trabalha em uma lanchonete próxima foi ferida por estilhaços e já recebeu alta. Um cachorro que estava dentro do quintal de uma casa também foi baleado na ação. Revoltados, moradores fizeram um protesto e chegaram a colocar fogo em vias da região.

A Federação das Favelas do Estado do Rio classificou a ação como ilegal e pediu que a Defensoria Pública e o Ministério Público apurem o caso.  

A Polícia Militar afirma que não realizou operação na região, mas vídeos gravados por moradores mostram um veículo blindado da Polícia Militar circulando por ruas da comunidade.

Em nota, a Polícia Civil disse que a operação foi pontual e distante de onde o morador estava. Cinco suspeitos acusados de roubo de carros e cargas e latrocínio foram presos. Os agentes ainda apreenderam quatro pistolas, três granadas e grande quantidade de drogas.