O homem acusado de matar a filha e a sobrinha, de 4 e 5 anos, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, teria dito que cometeria o crime como forma de "mostrar à ex-companheira como era ficar sem filho". A informação faz parte do depoimento de uma testemunha e foi usada na audiência de custódia que converteu em preventiva a prisão de David Souza Miranda.
Segundo os relatos, ele estaria inconformado porque a ex-mulher, mãe de uma das crianças, o havia denunciado à polícia por crimes praticados contra ela. Uma medida protetiva impedia que David se aproximasse dela.
Testemunhas relataram ainda que teria ouvido sons de marretadas. Após o crime, Davi Souza Miranda ateou fogo na própria casa e fugiu. Na fuga, ele ainda teria ligado para a avó das meninas e para a ex-companheira para relatar o crime.
Vizinhos encontraram uma das vítimas com os pés presos sob uma cama box, com o corpo todo queimado, mas ainda com vida, mexendo os braços.
Na decisão, a juíza Rachel Assad da Cunha citou que os laudos de exames de necropsia realizados nas vítimas indicaram que Luisa Fernanda e Ana Beatriz morreram em razão de traumatismo craniano. A ex-cunhada de David Souza Miranda segue internada em estado grave. Natasha Maria Silva, de 30 anos, é mãe de uma das meninas e segundo parentes foi torturada na ocasião.