O ex-vereador Jairinho, réu acusado de torturar e matar o menino Hemry Borel, de quatro anos, afirmou que é inocente e que nunca agrediu nenhuma criança. Em interrogatório que aconteceu nesta segunda-feira (13), Jairinho se emocionou emocionou ao falar dos filhos e disse que nunca brigou com eles.
A sessão foi marcada novamente por discussões entre a defesa de Jairinho e a juíza Elizabeth Machado Louro. Antes do início da sessão, os advogados disseram ter sido proibidos de transitar pela sala. No início do interrogatório, que começou com duas horas de atraso, os advogados se colocaram em pé ao lado do réu. A magistrada determinou que os advogados se sentassem e uma nova discussão seguiu por mais de 15 minutos.
A situação aconteceu após a promotora Bianca Chagas questionar uma das advogadas de Jairinho, Flávia Froes, que teria repostado uma publicação que comparava a juíza Elizabeth Louro à Rainha de Copas, vilã de uma história infantil.
A juíza afirmou que o caso não a atingiu e que está acostumada com misoginia.
Após o interrogatório, a juíza Elizabeth Machado Louro vai receber as alegações finais por escrito e decidir se o ex-vereador e Monique Medeiros, mãe de Henry, vão a júri popular ou não.
Em audiência em fevereiro, Jairinho se recusou a responder a perguntas, antes do confrontamento entre o perito responsável pelo laudo de necropsia de Henry e um especialista contratado pela defesa. Apesar disso, ele disse ser inocente. Os dois peritos foram ouvidos no dia 1° de junho. Jairinho participou da sessão por chamada de vídeo, sem depor.
A defesa dele alega que Henry teria morrido por lesões no hospital para onde foi levado na noite da morte dele, após manobras de ressuscitação, devido a uma parada cardiorrespiratória.
Neste domingo (12), a Justiça negou um pedido da defesa de Jairinho para que a sessão fosse adiada. Os advogados tinham pedido que médicos e funcionários do hospital fossem novamente ouvidos, o que também foi negado.
Um dia antes, Jairinho destituiu seis advogados do grupo que faz a defesa dele. Um pedido de habeas corpus ainda vai ser julgado pela Justiça do Rio.
A mãe de Henry, Monique Medeiros, também acusada pelos crimes, foi ouvida por mais de dez horas em fevereiro. Ela afirmou não saber o que causou a morte do filho. Monique cumpre prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica.