A audiência de instrução do caso Henry Borel foi marcada por confusões. Durante sessão na Segunda Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, nesta quarta-feira (1), os ânimos ficaram exaltados entre advogados, assistente de acusação e até a juíza Elizabeth Machado Louro. Em um determinado momento, policiais militares que faziam a segurança das oitivas tiveram que intervir.
Durante o depoimento, o assistente técnico contratado pela defesa do ex-vereador Jairinho, Sami Jundi, que também é médico, afirmou que há divergências no laudo de necropsia do menino, elaborado pelo perito do IML Leonardo Tauil, que aponta como causa da morte laceração no fígado por ação contundente. Sami disse que o profissional se baseou em uma perícia indireta nas fotografias e depois no corpo de Henry.
Os advogados de Jairinho tentam provar que, das 23 lesões encontradas no corpo de Henry Borel, oito teriam sido feitas no Hospital Barra D'or, durante as manobras de ressuscitação, no atendimento prestado ao menino, e que exames de raio-x poderiam comprovar isso.
O pai de Henry, Leniel Borel, contestou a versão da defesa. Segundo ele, os advogados do político vão tentar, de todas as formas, provar que as lesões não teriam sido provocadas por agressões.
A audiência desta quarta foi pedida à Justiça pela defesa de Jairinho. Segundo os advogados do ex-vereador, alguns documentos não foram anexados ao laudo elaborado no IML. Na ultima sessão, em fevereiro, Jairinho se recusou a responder perguntas sem o confrontamento entre os especialistas. O interrogatório do político está marcado para o dia 13 de junho.
Ele e a mãe de Henry, Monique Medeiros, são réus acusados pela tortura e morte do menino, em março do ano passado. Monique foi dispensada da audiência, por já ter sido interrogada em fevereiro, por cerca de onze horas. Ela cumpre prisão domiciliar.