O principal desfile da Passarela do Samba, na primeira noite de apresentações do Grupo Especial, ficou por conta da Estação Primeira de Mangueira. A Verde e Rosa trouxe como enredo “As Áfricas que a Bahia Canta” e empolgou as arquibancadas da Marquês de Sapucaí, na madrugada desta segunda-feira (20), fazendo todo público levantar para cantar o samba de pé.
Trazendo toda musicalidade baiana para o sambódromo, a bateria fez jus à sua fama, e fez todos respeitarem seus tamborins. Os integrantes abusaram das paradinhas e das batidas do axé. A Estação Primeira foi cotada como uma das favoritas para levar o título da elite do Carnaval carioca.
Outro destaque da noite foi o Império Serrano que homenageou Arlindo Cruz, mostrando os lugares que fazem referência ao grande poeta do samba, na primeira apresentação da noite. O ponto alto do desfile foi a presença do próprio Arlindo de volta à Marquês de Sapucaí, fechando a apresentação no último carro alegórico, batizado de “O show tem que continuar”.
Quarta a se apresentar, a Unidos da Tijuca revolucionou os desfiles trazendo pela primeira vez na Avenida uma apresentação da comissão de frente com as luzes do Sambódromo apagadas para destacar ainda mais as surpresas desta ala e as cores da alegoria.
ESCOLAS E PROBLEMAS
A Mocidade Independente de Padre Miguel começou o desfile sob vaias do setor 1 da Marquês de Sapucaí por não ter realizado a apresentação da comissão de frente diante da arquibancada popular. Como as alegorias da escola já haviam avançado na armação, o coreógrafo Paulo Pinna preferiu pular a tradição.
A evolução da escola foi prejudicada por um problema na acoplagem do abre-alas e falhas na condução de um tripé. O enredo também foi de difícil compreensão e trouxe poucas referências claras ao Mestre Vitalino, homenageado pela verde e branco. Com dificuldades na dispersão, o diretor de carnaval Marquinho Marino disse que preferiu perder pontos em evolução do que deixar a escola estourar o tempo.
Apesar de ter apresentado muita cor e muito luxo nas alegorias, o Salgueiro também teve o desempenho afetado por problemas no abre-alas e no segundo carro, que saiu do rumo inclusive diante dos jurados. Equipes da escola ainda enfrentaram dificuldades na saída dos carros alegóricos para a dispersão. Apesar disso, o diretor de carnaval Julinho Fonseca minimizou o problema.
No caso da Unidos da Tijuca, os problemas começaram ainda na concentração. O último carro teve uma parte quebrada ao passar pelo Viaduto 31 de Março, na Avenida Presidente Vargas.
Império Serrano
O Império Serrano abriu, neste domingo (19), o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí.
Neste Carnaval, o Império levou para a Avenida o maior carro da história da agremiação: com 95 metros, o abre-alas tinha 11 dragões que foram combatidos por um gigantesco São Jorge.
A escola de Madureira homenageou o cantor e compositor Arlindo Cruz, que também foi intérprete da Verde e Branco.
Arlindo desfilou no último carro da escola, ao lado da família e de outras personalidades do mundo do samba, e foi ovacionado pelo público.
Grande Rio
Zeca Pagodinho foi ovacionado por mais de 100 mil pessoas na Marquês de Sapucaí na noite deste domingo (19). O cantor e compositor foi tema do enredo da Grande Rio, segunda escola do Grupo Especial a desfilar no Sambódromo.
A atual campeã do Carnaval carioca foi da Zona Norte à Baixada Fluminense para contar a história de Zeca, que foi o destaque da última alegoria da escola que retratou o quintal do cantor em Xerém, na Baixada Fluminense. O carro teve a presença de amigos do cantor e sambistas.
No início do desfile, a escola apresentou problema de evolução, que foi corrigido antes do primeiro módulo de jurados.
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel foi o destaque negativo, neste domingo (19), no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí.
O público chegou a vaiar a escola após a comissão de frente quebrar o protocolo e não se apresentar para o público no setor 1 da Avenida.
No início do desfile, a escola enfrentou dificuldades para acoplar o abre-alas e também com um dos tripés.
A Verde e Branco trouxe o legado dos artistas do Alto do Moura, discípulos do Mestre Vitalino, mas não conseguiu agitar o público na Passarela.
Unidos da Tijuca
Quarta a entrar no Sambódromo, a Unidos da Tijuca voltou a inovar e foi a primeira escola a utilizar uma iluminação especial sobre a comissão de frente.
A agremiação abriu o desfile com a dança das águas da Baía de Todos os Santos, regida por Iemanjá. Ao chegar nos módulos de jurados, a luz principal se apagava e a passarela do samba se transformava no palco de um grande espetáculo.
O último carro, porém, teve uma parte quebrada ao passar pelo Viaduto 31 de Março, na Avenida Presidente Vargas.
Salgueiro
Quarta escola a passar pela Avenida, o Salgueiro trouxe luxo e elegância na homenagem a Joãozinho Trinta, no primeiro dia de desfiles, neste domingo (20), na Marquês de Sapucaí.
A comissão de frente, que falava sobre o julgamento dos mortos reprimidos, trouxe para a Avenida truques de ilusionismo e apostou em uma nova iluminação durante a apresentação para os jurados.
No entanto, de acordo com o comentarista da BandNews FM Bruno Felippo, apesar da grandiosidade, a escola não conseguiu destacar o homenageado no enredo.
Além disso, a escola também enfrentou problemas para colocar todos os carros na Avenida.
COMISSÃO DE FRENTE E A ILUMINAÇÃO
No primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval carioca, a Unidos da Tijuca e o Acadêmicos do Salgueiro fizeram história na Marquês de Sapucaí ao utilizarem, pela primeira vez, uma iluminação especial sobre a comissão de frente.
Quarta a entrar no sambódromo, a Tijuca abriu o desfile com a dança das águas da Baía de Todos os Santos, regida por Iemanjá. Ao chegar nos módulos de jurados, a luz principal se apagava e a passarela do samba se transformava no palco de um grande espetáculo. O coreógrafo Sérgio Lobato admitiu que a ideia de apontar luzes azuis para a comissão de frente foi ousada.
O Salgueiro desfilou logo depois e também decidiu arriscar. A comissão de frente mostrou os mortos sendo despertados por Joãozinho Trinta sob luzes azuis e vermelhas. O coreógrafo Patrick Carvalho acredita que a iluminação ajudou a passar a mensagem do enredo.
A nova iluminação da Sapucaí foi instalada no ano passado em caráter experimental e testada no Desfile das Campeãs com as cores das escolas.
Só neste ano as agremiações foram autorizadas a escolherem como as luzes seriam utilizadas ao longo das apresentações.
Muitas reclamaram que não houve tempo hábil, mas a novidade acabou surgindo na avenida. E pelas mãos da escola que, em 2010, trouxe outra grande inovação na comissão de frente: o uso de elementos cenográficos para esconder os dançarinos.
Mangueira
A Estação Primeira de Mangueira foi a última escola a entrar na Marquês de Sapucaí, neste primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca e o grande destaque da noite. Trazendo a Bahia para a Avenida, a verde e rosa levantou e empolgou a arquibancada, na madrugada desta segunda-feira (20).
A bateria abusou das paradinhas e de batuques de axé, dando um verdadeiro show na Avenida.
O enredo da Mangueira contou sobre as Áfricas que a Bahia canta e apresentou na avenida diversas referências musicais do estado nordestino, como o Oludum e Araketu.
A verde e rosa foi apontada como uma das favoritas ao título do Grupo Especial.
Fotos: Alexandre Macieira, Marcos TerraNova, Gabriel Monteiro, Alex Ferro e Tata Barreto/Riotur
O QUE ESPERAR DO SEGUNDO DIA
Seis escolas de samba encerram o Carnaval do Rio de Janeiro, na noite desta segunda (20), e madrugada de terça-feira (21).
A Paraíso do Tuiuti promete começar o desfile nas Índias e terminar com búfalos na Ilha de Marajó, no Pará.
A maior campeã do Carnaval carioca vai contar a própria história na Sapucaí. A Portela completa 100 anos em 2023. A escola de samba de Madureira, tenta conquistar o 23º título.
A Unidos de Vila Isabel aposta nos padroeiros para voltar a conquistar o posto de melhor escola de samba do ano, o que não consegue desde 2013.
A Imperatriz Leopoldinense vai levar para a Sapucaí a história de Lampião com um delírio da literatura de cordel.
A Beija-Flor de Nilópolis vai apresentar a visão do que chama de "excluídos do bicentenário da Independência".
O encerramento dos desfiles do Carnaval carioca de 2023 será com a Unidos do Viradouro. A vermelha e branca de Niterói vai levar à Marquês de Sapucaí a história de Rosa Maria Egipcíaca, que chegou ao Brasil aos seis anos escravizada no século XVIII.
Assim como no primeiro dia, a BandNews FM vai transmitir os desfiles do Grupo Especial, com ancoragem de Marcus Lacerda e Vinícius Dônola, comentários de Bruno Fillipo e reportagem direto da Sapucaí.