Brasileiros que estão no Sudão vão deixar capital do país

De acordo com eles, o transporte foi negociado entre o Itamaraty e o clube sudanês

Amanda Oliveira

Brasileiros que estão no Sudão vão deixar capital do país
Grupo de 10 brasileiros deixa a capital do Sudão
Arquivo Pessoal

15 brasileiros deixaram a capital do Sudão, principal ponto de conflitos entre um grupo paramilitar e o exército do país. A informação é do Itamaraty, que disse que as vítimas saíram do local em comboios. De acordo com informações preliminares, apenas um brasileiro continua na capital.  

Entre as pessoas que conseguiram sair da cidade de Cartum estão os jogadores e a a comissão técnica do Al-Merrikh, além de uma funcionária da embaixada brasileira. A informação é de atletas que conversaram com a reportagem.  

O grupo pode ser levado para uma cidade vizinha, ainda no Sudão, onde por enquanto, não há registro de bombardeios. Ou então, direto para o Egito e, depois, seguem para o Brasil.

O ex-jogador do Flamengo Paulo Sérgio diz que além dos brasileiros, há muitas pessoas de outras nacionalidades no ônibus. Ele relata tensão quando os militares entram  no veículo para revistar.

O treinador de goleiros Itamar Rodrigues diz que o transporte foi disponibilizado pelo clube sudanês.

De acordo com Itamar, a capital Cartum teve um período de cerca de 24 horas de cessar-fogo, o que possibilitou a retirada dos civis do local.

Os recentes conflitos entre o grupo paramilitar e o exército do Sudão já deixaram mais de 400 mortos.

As Forças Armadas do Sudão, comandadas pelo general Abdel Fatah al Burhan, e as unidades das Forças de Apoio Rápido (FAR), sob o comando de Mohamed Hamdan Dagalo, vem travando uma disputa por poder.

Em 2021, os dois grupos se uniram para dar um golpe que tirou os civis do governo, e, atualmente, ambos lutam um contra o outro pelo controle do país.

No fim do ano passado, militares e representantes da sociedade civil assinaram um acordo de transição para que o grupo paramilitar se juntasse ao exército sudanês. A proposta de reestruturação, no entanto, não foi bem aceita pelo grupo rebelde.

No último sábado (15), os confrontos ganharam maior visibilidade após uma ruptura entre o Exército e os paramilitares.

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