Grupo de assassinos de aluguel é investigado por cinco mortes no Rio

Um dos integrantes desse grupo é Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como "Sem Alma"

Por Nicolle Timm

 A existência de um novo "escritório do crime" é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital. O grupo de matadores estaria por trás de, pelo menos, cinco execuções recentes que aconteceram no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, mas esse número pode ser ainda maior.

Um dos integrantes desse grupo é Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como "Sem Alma", um policial militar da ativa, lotado no Batalhão de Duque de Caxias, que já é considerado foragido.

Na terça-feira (18), policiais da Delegacia de Homicídios da Capital fizeram uma operação que tinha o pm entre os alvos, mas o acusado havia fugido horas antes dos agentes chegarem na residência dele. No local, foram apreendidos uma réplica de fuzil, facas, celulares, placas de veículos, cartuchos de e carregadores. Segundo a polícia, Dutra possui ainda cinco armas registradas no nome dele, mas nenhuma delas estava na residência quando os policiais chegaram.  

A investigação surgiu a partir da morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, executado em novembro do ano passado em Del Castilho, na Zona Norte do Rio. Dois dos envolvidos no homicídio, identificados como George Garcia de Souza Alcovias e José Ricardo Gomes Simões, já haviam sido presos em outras operações da DH. George Alcovias foi encontrado em São Paulo, em dezembro do ano passado, enquanto José Ricardo Simões foi preso na praia da Barra da Tijuca em março deste ano. Já o terceiro suspeito do crime é o PM Rafael Dutra.

A partir daí, a polícia começou a identificar um padrão em alguns casos de execução. O grupo de matadores, que existe há pelo menos dois anos, começou a atuar na Baixada Fluminense, mas já vem cometendo execuções na capital. Os investigadores já sabem que em pelo três homicídios, incluindo o do miliciano Catiri, os executores utilizaram os mesmos fuzis - no caso do policial civil João Joel de Araújo, morto em maio do ano passado em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, e ainda na execução de um homem identificado como Tiago Barbosa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

De acordo com especialistas em segurança pública, grupos de matadores de aluguel não são novidade no Rio de Janeiro. Mas para Robson Rodrigues, membro do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio, o que chama a atenção é a quantidade de homicídios que têm ocorrido recentemente por parte desses grupos.

A Polícia Civil investiga ainda se pelo menos outros dois casos, o assassinato de Fernando Marcos Ferreira Ribeiro, na Tijuca em abril desse ano, e a execução do inspetor penal Bruno Kilier da Conceição Fernandes, no Recreio dos Bandeirantes, também foram cometidos pelo mesmo grupo de matadores, já que o modus operandi é o mesmo.

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