
Após atrasos e determinações da Justiça, o Governo do Rio anunciou nesta sexta-feira (11) a finalização total das obras de recuperação do Túnel Extravasor, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, três anos após o temporal que deixou mais de 230 mortos.
O extravasor desvia as águas do Rio Palatino para o Rio Piabanha e funciona como uma válvula de escoamento, que pode evitar novas tragédias em casos de fortes chuvas.
Cerca de 70% da água que corta a cidade passa pelo túnel. A estrutura, construída na década de 1970 pelo Governo Federal, estava sem manutenção desde então.
Em 2022, a túnel não aguentou e cedeu após chover mais de 260 mm, ou seja 260 litros por metro quadrado, em um intervalo de 4 horas. Na época, esse era o volume de chuva esperado para todo o mês. A tragédia foi classificada como a pior da história da cidade imperial.
Os investimentos das obras somaram R$ 79 milhões em duas fases dos serviços, que começaram em julho de 2022 após determinação da Justiça e cobranças do Ministério Pública e tinham previsão para durar apenas seis meses. Mas, após atrasos em licitações, as obras terminaram somente agora.
Os serviços incluíram a concretagem do fundo da galeria, instalação de comportas, além de aplicação de resina anticorrosiva, entre outros serviços.
O morador de Petrópolis, Helito Fraguas, caiu em um buraco de quatro metros do Túnel Extravasor que também cedeu em fevereiro de 2022. A colocação do enxerto ósseo na perna direita completou três anos nesta sexta-feira (11). Para o eletricista, as obras são positivas, apesar de considerar que ainda falta outros pontos para melhoria.
Há quatro meses, eletrotécnico Hélito Fraguas enfrenta problemas devido sequelas da queda em um buraco de quatro metros no Túnel Extravasor.
Com a intervenção, a expectativa é a de minimizar as inundações vistas nos últimos anos no Centro Histórico de Petrópolis.
No entanto, o término dos serviços vem sendo questionado pelo Ministério Público. O Governo teria que se posicionar até quinta-feira, mas pediu prorrogação até semana que vem.
O governador do Rio, Cláudio Castro, afirmou que as obras de manutenção do extravasor já começaram.
A denúncia é sobre a rede de coleta de esgoto que passa no túnel e que passou a voltar para a casa dos moradores do bairro Quissamã. Uma audiência estava marcada para março, mas foi adiada sem previsão de uma nova data para acontecer.