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Governo do Estado negocia prolongamento de contrato com CCR Barcas

Órgão admite possibilidade de nova licitação não ser concluída até fevereiro pela UFRJ

Por João Boueri

Contrato atual encerra em 2023 Divulgação/Agetransp
Divulgação/Agetransp

O Governo do Estado diz que negocia com a CCR Barcas o prolongamento do contrato de transporte aquaviário, a partir de fevereiro de 2023, quando termina a concessão, até que a modelagem do sistema seja concluída pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. A informação foi enviada pelo Secretário de Estado de Transportes, Andre Nahass, no ofício que a BandNews FM teve acesso e que foi enviado nesta quarta-feira (14) ao Tribunal de Contas do Estado, que havia exigido um plano de contingência.

A principal preocupação do governo do Rio é em relação às embarcações. 15 pertencem à CCR Barcas. Apenas cinco são do estado: três compradas de uma empresa chinesa e outras duas com capacidade de 500 lugares.

No início do contrato de concessão com a CCR Barcas, todos os bens vinculados ao contrato foram passados à concessionária.

No entanto, em documento enviado pela CCR à SETRANS, a concessionária pede informações sobre a transferência da gestão da operação e dos ativos da companhia, uma vez que faltam menos de cinco meses para o término do contrato de concessão.

Em ofício enviado ao TCE, o Governo afirma que conversa com outras empresas interessadas em assumir emergencialmente o serviço por três meses, caso a negociação com a CCR Barcas não avance.

Em 2017, o edital de 1998 que passou a responsabilidade do sistema aquaviário para a iniciativa privada foi considerado nulo, assim como, o contrato de concessão. A justificativa era de que havia erros no processo de implementação do grupo que opera o serviço. Em 2012, o Grupo CCR adquiriu 80% do capital da empresa Barcas S.A. e a rebatizou com o nome de CCR Barcas.

Para o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, um novo problema jurídico pode acontecer se o Governo do Estado não definir uma nova operadora do serviço até fevereiro.

''Deveria ter um modelo do estado há muito tempo. Certamente a licitação não vai acontecer até fevereiro de 2023. Isso será um prejuízo muito grande. Haverá problemas jurídicos caso isso aconteça. O problema principal é que isso atinge sempre o usuário. O Estado é o responsável por isso. A encampação do serviço pelo Estado é muito pouco provável, pois já foi comprovado que ele não tem capacidade para operar transporte público", afirma ele.

O Governo já admite a possibilidade da licitação da nova operadora do transporte aquaviário não ser concluída até fevereiro pela UFRJ, que assinou o contrato com a Secretaria de Estado de Transportes em maio deste ano. Em reunião realizada no último dia 6, a UFRJ concordou com a antecipação da previsão de entrega da modelagem para dezembro deste ano. A partir desse momento, a instituição federal e o Governo do Estado vão iniciar a fase de preparação e condução do edital de licitação.

No documento, a Secretaria de Estado de Transportes afirma também que é inviável a reestatização do sistema, uma vez que o Estado não dispõe de meios para assumir o transporte, uma vez que todos os bens vinculados à Concessão foram passados à propriedade privada da CCR Barcas, além de falta de corpo técnico suficiente.

No final do mês passado, o Governo do Estado restringiu o processo que envolve a estruturação da modelagem do sistema de transporte aquaviário. O Governo se limitou a dizer que foi uma decisão administrativa.

O TCE também instaurou uma auditoria extraordinária de acompanhamento da situação do serviço público do transporte aquaviário para verificar a prestação atual do serviço e o andamento das soluções para a continuidade do transporte.

Em nota, a CCR Barcas disse que cumprirá o contrato de concessão até o dia 11 de fevereiro de 2023.

A BandNews FM questionou o Governo do Estado, mas ainda não obteve retorno.

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