A Câmara de Vereadores do Rio decidiu pela cassação do mandato do vereador Gabriel Monteiro (PL) durante votação em plenário nesta quinta-feira (18).
48 vereadores votaram a favor. Para a cassação ser aprovada, eram necessários 34 votos./ Apenas dois parlamentares foram contra: o próprio Gabriel Monteiro e Chagas Bola, do União Brasil. Todos os 50 vereadores estiveram presentes, com exceção de Carlos Bolsonaro, que pediu licença do cargo.
A sessão durou cerca de seis horas e foi marcada por muitos gritos de apoio a Gabriel Monteiro e contra o parlamentar.
Entre as acusações, estão a filmagem de uma cena de sexo com uma adolescente de 15 anos e a exposição de crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade em vídeos monetizados na Internet.
O relator do processo no Conselho de Ética da Casa, Chico Alencar (PSOL), na leitura do parecer, disse que as ações de Monteiro não condizem com a postura de um parlamentar e lembrou uma fala do jornalista Ricardo Boechat.
Após a leitura do parecer aprovado pelo Conselho de Ética, oito vereadores discursaram, todos inclinados contra Monteiro, e a defesa do parlamentar teve duas horas para se manifestar.
Em plenário, o próprio Gabriel Monteiro negou que sabia da idade da menor e disse que isso poderia ser confirmado em uma conversa registrada entre os dois por uma rede social. O agora ex-vereador criticou as acusações de estupro e disse que a menina teria confirmado que Monteiro não sabia da menoridade da jovem.
Além disso, ele explicou outros casos citados no processo, como o de um vídeo em que ele aparece supostamente acariciando uma criança que estaria fazendo um tratamento contra piolho. Segundo Monteiro, o vídeo foi publicado por ele mesmo e o parlamentar estava apenas tentando acalmá-la, já que o produto estava queimando o couro cabeludo da menina.
No fim da sessão, a bancada da federação formada pelo PSOL e pela Rede anunciou que vai pedir ao Tribunal Regional Eleitoral a impugnação do registro da candidatura de Monteiro a deputado federal na eleição deste ano.