O lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o início do debate sobre a taxação de super-ricos foram alguns dos destaques do discurso do presidente Lula durante o encerramento da Cúpula dos Líderes do G20, que aconteceu nesta segunda e terça-feira no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Durante o pronunciamento, Lula também destacou o chamado por mais representatividade e efetividade de instituições internacionais, pautas propostas pelo Governo Brasileiro durante a presidência do grupo.
Além disso, o presidente exaltou o combate as desigualdades de gênero e renda e a adoção de práticas de desenvolvimento sustentável.
Instalamos o Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres e propusemos um décimo oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para promover a igualdade racial. Definimos princípios-chave sobre comércio e desenvolvimento sustentável e adotamos o compromisso de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030.
Durante a presidência brasileira do G20, foram realizadas mais de 140 reuniões em 15 cidades do país. Na Cúpula, momento de ápice destes encontros, os líderes e chefes de estado assinaram, em consenso, uma declaração final com compromissos a serem cumpridos nos próximos anos.
Lula também destacou medidas para expandir o investimento em infraestruturas de saúde e saneamento.
Criamos uma Coalizão para a Produção Local e Regional de Vacinas e Medicamentos e decidimos expandir o financiamento para infraestruturas de água e saneamento. Sediamos eventos da Rodada de Investimentos da Organização Mundial da Saúde, por acreditar que mais recursos são necessários para uma resposta coletiva a novos e persistentes desafios sanitários.
A cerimônia também marcou a transferência da presidência rotativa do G20 para a África do Sul. Lula citou Nelson Mandela e disse que a "passagem de bastão" aproxima a América Latina do continente africano.
Esta não é uma transmissão de presidência comum - é a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África. Desejo ao companheiro Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar. Lembro as palavras de outro grande sul-africano, Nelson Mandela, que disse: é fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem. Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável.
A África do Sul é o quarto país em desenvolvimento consecutivo a assumir a presidência do grupo. Antes do Brasil, Indonésia e Índia também sediaram a Cúpula do G20.