Após a BandNews FM denunciar a falta de um tomógrafo no Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia da Baixada Fluminense, em Nilópolis, a Fundação Saúde afirma que está em andamento um projeto para modernização e adequação de um centro de imagem na unidade. Segundo a entidade, que é pública e administra o hospital, além do tomógrafo, também deve ser instalado um equipamento de ressonância magnética em um edifício anexo.
Em visitas realizadas por técnicos da Subsecretaria de Auditoria e Controle da Secretaria de Saúde, em junho, julho e agosto, os profissionais verificaram que a sala do tomógrafo estava interditada por obras contra mofo e cupins no local, inclusive dentro das paredes. O relatório foi obtido pela reportagem.
Nesta quinta-feira (21), a reportagem ligou para a unidade e foi informada que os exames de tomografia não são realizados desde o início do ano. A Fundação Saúde assumiu oficialmente a gestão da unidade em fevereiro desse ano. Segundo a administradora, os pacientes que precisam de tomografias estão sendo direcionados para atendimento no Rio Imagem Baixada.
Mas na mesma região, o tomógrafo da UPA de Nova Iguaçu, no bairro Botafogo, também não está funcionando, por causa de um problema elétrico. A Fundação Saúde disse que abriu um chamado para a empresa responsável e que aguarda a data em que o reparo estará concluído.
Na quarta-feira (20), a BandNews mostrou que o tomógrafo do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte da capital, também está quebrado e sem previsão de voltar a funcionar.
A pesquisadora da UFRJ de Gestão de Serviços de Saúde Claudia Araújo ressalta que a falta do equipamento gera problemas de diagnóstico e piora no quadro de saúde dos pacientes.
A ausência de tomógrafos em hospitais de referência, principalmente referência em trauma, é muito nociva para a sociedade e para o sistema de saúde. Não ter o tomógrafo pode significar não ter o diagnóstico rápido e preciso para atender o paciente e salvá-lo. Então, a ausência desse equipamento, tão importante para a identificação e diagnóstico de traumas internos, traumas cranianos, pode significar a morte de um paciente que poderia se recuperar se ele tivesse sido precisamente diagnosticado a tempo.
A Fundação Saúde, que passou a administrar as unidades estaduais, após o fim dos contratos com as Organizações Sociais, também foi a responsável pela contratação do PCS Saleme, laboratório que fez os exames falsos negativos para HIV, que acabaram gerando a infecção de pacientes transplantados no Rio. O HTO-Baixada foi inaugurado em 2017, quando o deputado Dr. Luizinho era secretário de Saúde. O político é parente de sócios do PCS Saleme.
Em nota sobre o Hospital Getúlio Vargas, a Fundação Saúde disse que o conserto do aparelho está sendo providenciado para que volte a funcionar o mais breve possível e que não há prejuízo no atendimento, pois os pacientes que necessitam de exames com o tomógrafo estão sendo atendidos em outras unidades. No entanto, não foi informado como que o encaminhamento dos pacientes é feito.