Funcionárias do Degase relatam recorrentes episódios de violência e insegurança na unidade

Segundo uma das agentes, as menores infratoras já quebraram ventiladores, cadeiras, chuveiros

Por Beatriz Trindade (sob supervisão)

Funcionárias do Degase relatam recorrentes episódios de violência e insegurança na unidade
As menores infratoras já quebraram ventiladores, cadeiras, chuveiros.
Divulgação

Funcionárias do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas, o Degase, relatam recorrentes episódios de violência na unidade da Estrada do Caricó, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.

Segundo uma das agentes que teve a identidade preservada e a voz distorcida, as menores infratoras já quebraram ventiladores, cadeiras, chuveiros.  

As adolescentes quebram ventiladores, vasos, chuveiro, a sensação que a adolescente tem é a de impunidade, porque pouco tempo depois, ou imediatamente, tudo é reposto pra elas, sem nenhum prejuízo. Então é muito fácil continuar quebrando tudo.

Nesta terça-feira (28) uma agente de segurança foi agredida e ameaçada de morte após pedir para uma jovem cumprir uma medida de segurança da unidade.  

A gente acaba saindo de casa pra trabalhar, com a incerteza do que vamos passar no plantão, isso vem me consumindo de uma maneira onde a insegurança tem sido constante, as adolescentes desrrespeitam as agentes o tempo todo, além dos xingamentos, o que vem acontecendo está fora do controle e ninguém, toma nenhuma providência. Toda vez que eu venho trabalhar eu me desespero porque a minha saúde física e mental não está aguentando, o meu maior medo hoje é perder a minha vida.

No início do mês de novembro, duas agentes foram atacadas com fezes e urinas, após entregar papel higienico para as internas. O caso aconteceu em um domingo (10). Dois dias antes uma funcionária também foi mordida na mesma unidade.  

O presidente do Sindicato do Degase, João Rodrigues afirma que uma medida emergencial precisa ser adotada pelos órgãos responsáveis.

Já não é de hoje que as agentes vem sendo agredidas, xingadas, ameaçadas de morte, com efetivo baixíssimo, estão sobrecarregadas, chegando ao ponto do adoecimento, várias servidoras já estão afastadas por problemas de saúde. Não temos condições de continuar dessa forma, o órgão precisa fazer algo emergencial, sobretudo na questão do concurso, que já está autorizado desde o meio do ano, a gente precisa que medidas sejam tomadas, não é admissivel uma agente do estado passar pelo que as agente passam hoje.

De acordo com a coordenadora de plantão da unidade, o local conta com cerca de 36 internas e apenas seis funcionárias por turno, sendo três delas atuantes do regime adicional de serviço, ou seja, de forma voluntária. O concurso para agente de segurança do Degase não é aberto desde 2011.  

Procurado, o Degase ainda não se manifestou sobre o caso. 

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