O Instituto Estadual do Ambiente afirma que a língua negra flagrada por frequentadores da Praia de Copacabana foi um evento fora da normalidade e causado devidos às fortes chuvas após um período de seca. O episódio, próximo ao Forte de Copacabana, foi registrado pela reportagem da BandNews FM nesta quarta-feira (4). De acordo com o Inea, o bairro da Zona Sul possui galerias de águas pluviais como um dispositivo de extravasamento, para não ocorrer alagamentos.
Um comerciante que trabalha na região contou que o caso é recorrente. Segundo ele, o odor atrapalha lojistas e donos de quiosques do local. Ele preferiu não se identificar.
Ainda segundo o ouvinte, em alguns dos episódios, o volume é tão grande que inunda até o próprio calçadão.
Procurada, a Águas do Rio afirmou que o caso foi motivado pelo escoamento de água do grande volume de chuva, com a presença de efluentes diluídos, resíduos de borracha e de asfalto, além de sujeira de vias públicas.
A empresa explicou ainda que houve uma redução considerável desse cenário na região de Copacabana, principalmente depois da limpeza do Interceptor Oceânico, túnel de 9 km de extensão responsável por coletar grande parte do esgoto da Zona Sul. Recentemente, cerca de 3 mil toneladas de resíduos foram retiradas dessa estrutura.
De acordo com o oceonógrafo David Zee, as línguas negras são o reflexo do dimensionamento que não comporta mais as condições ambientais e climáticas atuais e, que em determinada época do ano, extravasa a galeria de águas pluviais, transbordando diversos tipos de sujeira, principalmente resíduos urbanos.
Em nota, a Águas do Rio explicou ainda que para reduzir o impacto desse tipo de ocorrência, a concessionária realiza ações de fiscalização contra o despejo irregular de esgoto em galerias pluviais, além de promover o diálogo contínuo com a população e ações voltadas à educação ambiental.