
A Polícia Civil do Rio vai analisar o conteúdo encontrado na casa do fotógrafo alemão preso acusado de participar de um esquema de produção e armazenamento de conteúdo de abuso sexual vendido na Europa. O material era gravado na Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital fluminense, e vai ser enviado aos investigadores brasileiros.
Frank Altmann, de 60 anos, foi preso na terça-feira (17), em Berlim, na Alemanha, pela Agência Federal de Investigação do país. Ele era o último do esquema em liberdade.
Após uma denúncia anônima à Polícia Civil do Rio, o chefe do grupo, Rainer Adolph, de 71 anos, também alemão, foi preso em flagrante em fevereiro pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais. Ele está detido no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Mais de 30 mil vídeos de pornografia infantil foram encontrados no computador do acusado, que é jornalista. Alguns vídeos eram criptografados para dificultar a localização do material.
As investigações passaram então a ser conduzidas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima. Um brasileiro, José Carlos Souza Pires, foi preso logo depois.
O terceiro dos quatro envolvidos foi morto a facadas pela namorada. De acordo com a Justiça Alemã, o assassinato aconteu, depois que a mulher descobriu que Jan-Juri Reetz abusava sexualmente da filha dela. Ela foi absolvida.
Ainda de acordo com a delegada Isabelle Conti, as investigações apontam que os crimes aconteciam há anos, já que Rainer Adolph vinha frequentemente ao Brasil desde 2017.
Pelo menos 20 adolescentes de 12 a 17 anos foram alvo dos crimes. Elas estão sendo ouvidas pela Polícia Civil, que busca outras possíveis vítimas.