
A Zona Norte e o Centro do Rio de Janeiro devem ser áreas de destaque no desenvolvimento do mercado imobiliário e da construção civil na capital fluminense nos próximos anos. A projeção é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado, Cláudio Hermolin, que participou, nesta sexta-feira (28), do Fórum BandNews FM Cidades.
O evento, apresentado pelo âncora Carlos Andreazza, teve como objetivo debater o futuro da cidade do Rio de Janeiro, refletindo sobre as mudanças pelas quais o município vai passar e qual o papel de empresários e instituições neste processo.
Segundo Cláudio Hermolin, a projeção de desenvolvimento da Zona Norte e do Centro do Rio é baseada, entre outros pontos, nas metas definidas pelo Plano Diretor da cidade e pelo programa Reviver Centro, da Prefeitura do Rio.
As legislações que foram recentemente aprovadas na cidade do Rio de Janeiro, tanto o Plano Diretor quanto a lei do Reviver Cento, mostram que a Zona Norte será uma área muito privilegiada, há incentivos muito fortes para o crescimento da indústria do mercado imobiliário e da construção civil na Zona Norte da cidade. O Reviver Cento também tem por objetivo revitalizar a região central e já é uma realidade. A gente tem números que mostram que o Reviver Cento vai mais do que dobrar a população do Centro nesses próximos anos.
O arquiteto, urbanista e sócio diretor da Cité Arquitetura, Fernando Costa, destaca que o Centro do Rio de Janeiro tem grande potencial de crescimento também no ramo residencial, com destaque para a infraestrutura já instalada, aspecto bastante procurado por quem busca um novo lugar para viver.
O nosso Centro é extremamente qualificado, a gente tem infraestrutura de transporte, infraestrutura de museu, infraestrutura de comércio, infraestrutura de tudo. Então, o que falta é as pessoas entenderem que o Centro não é um bairro somente comercial, ele é um bairro residencial. Eu tenho certeza que nos próximos cinco anos a gente já vai ter muitos moradores nessa região central, assim como hoje a gente está vendo como o projeto do Porto Maravilha trouxe essas pessoas.
O Porto Maravilha, na Zona Portuária do Rio, também foi destacado pelos convidados como um espaço de grande potencial. A região passa por um processo de revitalização, com a construção de condomínios residenciais, e a expectativa é de que milhares de pessoas passem a viver na área nos próximos anos.
O vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio, Leonardo Schneider, ressalta, também, o novo perfil das moradias construídas na cidade do Rio.
E a gente vê um impacto, por exemplo, nesse perfil dessas construções, novas propostas para moradia, 'né'? Hoje você vê uma construção de apartamentos menores, de estúdios, que, no passado, o Rio de Janeiro não tinha. E hoje é uma vocação.
Além disso, a preocupação com o desenvolvimento de projetos ligados à questão social também foi levantada no debate desta sexta-feira. Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio, Miguel Fernández, o assunto deveria ser abordado com mais frequência.
Chegou um momento em que tem que se repensar (esse tema), eu tenho feito essa provocação várias vezes à frente do Conselho de Engenharia, porque para poder mudar a realidade da cidade, do estado e até do país, tem que se iniciar pensando na questão da habitação social.
Um outro ponto discutido pelos convidados foi a necessidade de cuidados com relação a imóveis antigos em mau estado de conservação, presentes, principalmente, no Centro do Rio. Na semana passada, um casarão desabou na Rua Senador Pompeu e resultou na morte de uma pessoa, atingida pelos escombros.
Para o arquiteto Fernando Costa, para além dos avanços na legislação, é importante que a prefeitura invista em projetos de revitalização desses espaços.
Eu acho que chegou o momento da prefeitura também entender que, apesar de todo o processo que ela fez de revitalização de legislação, agora ela precisa talvez entrar com a mesma vontade que ela está tendo na parte mais central ali de estimular o comércio, criando áreas de investimento e tal, para pegar esses antigos sobrados que estão se deteriorando e revitalizá-los, para a criação de habitação.
Nesta semana, vereadores do Rio apresentaram à Câmara Municipal um projeto de lei complementar que permite a atuação do Poder Executivo em imóveis abandonados na cidade. O texto, que está em tramitação, define que o Executivo poderá intervir em imóveis particulares nos casos em que seja constatado risco estrutural pela Defesa Civil e o proprietário, após notificações, não tome as providências necessárias para sanar o problema dentro do prazo estabelecido.
O conteúdo completo do Fórum BandNews FM Cidades, que discute o futuro e os desafios do município do Rio de Janeiro nos próximos anos, está disponível no Youtube da Rádio BandNews FM Rio.