Sem apreender armas e drogas, Força Nacional no Rio custa R$ 8,2 milhões

Agentes prenderam 13 pessoas mas não afetuaram nenhuma apreensão de drogas e armas

Por Pedro Dobal

Força Nacional
Tom Costa/Ministério da Justiça

Apesar de terem custado mais de R$ 8,2 milhões aos cofres públicos em cerca de três meses, os agentes da Força Nacional que atuam no Rio de Janeiro ainda não conseguiram apreender armas de fogo nem drogas. Segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, 13 pessoas foram presas pelas equipes.  

Cerca de 93% das despesas entre 16 de outubro e 15 de janeiro foram apenas com as diárias dos agentes deslocados para o Rio, o correspondente a R$ 7,6 milhões. Os números foram obtidos pela BandNews FM por meio da Lei de Acesso à Informação.

O adicional recebido somente pelo fato dos agentes estarem longe de casa seria suficiente, por exemplo, para pagar os salários de cerca de 500 soldados da Polícia Militar no mesmo período.  

Por questões de segurança, o ministério não disse quantos agentes seguem atuando no Rio, mas inicialmente cerca de 300 homens foram enviados ao estado para reforçar o policiamento e coibir o tráfico de armas e drogas em rodovias federais, portos e aeroportos. Na semana passada, a permanência das equipes foi prorrogada até o fim de março.

O antropólogo e professor do Departamento de Segurança Pública da UFF Lenin Pires, acredita que que os criminosos podem ter encontrado rotas alternativas para evitar as abordagens pelos agentes e aponta a falta de integração com as demais forças de segurança como um fator decisivo.

De acordo com o Governo Federal, R$ 528 mil ainda foram gastos no abastecimento de viaturas e quase R$ 79 mil na manutenção dos veículos. A pasta, porém, não quis informar os custos na compra de materiais que podem ser reaproveitados após o fim da operação no Rio, como kits para uso dos policiais, materiais bélicos e químicos, rádios portáteis, impressoras e carros.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma que os agentes realizaram 29 mil abordagens a pessoas, carros, motos e caminhões. As equipes fizeram quatro prisões em flagrante, cinco por tentativa de roubo de carga, uma por violação de domicílio e três por mandados de prisão em aberto. Seis menores também foram apreendidos, assim como uma réplica de arma de fogo e duas armas brancas. Além disso, três veículos foram recuperados.  

A pasta alega que os resultados da ação não podem ser mensurados de forma imediata ou apenas pelo número de prisões ou apreensões, já que a presença dos agentes também ajuda a inibir a prática dos crimes.  

O órgão ainda afirma que é preciso considerar os resultados das ações da Polícia Rodoviária Federal, que contou com o apoio da Força Nacional. Ao todo, 660 pessoas foram detidas pela PRF. As equipes também recuperaram 412 veículos e R$ 1,2 milhão em cargas roubadas e apreenderam 12 fuzis, oito toneladas de maconha, quase 290 kg de cocaína e 67 mil unidades de ecstasy.

Em novembro, um militar da Força Nacional foi morto a tiros em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio, por um homem que também havia atirado contra a companheira. 

No mesmo dia, dois agentes foram roubados ao entrar por engano no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, também na Zona Norte. ((Eles foram rendidos por criminosos após seguirem as orientações de um aplicativo de navegação e liberados em seguida. A Polícia Militar conseguiu recuperar duas armas e quatro carregadores que haviam sido levados pelos suspeitos.

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